O tenente-coronel Mauro Cid decidiu nesta terça-feira (11) ficar em silêncio durante o depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janiero, no Congresso Nacional.
Cid era ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.
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Em exposição inicial, Mauro Cid disse que a nomeação para ser ajudante de Bolsonaro não teve ingerência política e que não participava de decisões de governo.
Em seguida, afirmou que, por conta das investigações que pesam contra ele devido à atuação no cargo, ficaria em silêncio.
“Por todo o exposto, e sem qualquer intenção de desrespeitar vossas excelências e os trabalhos conduzidos por esta CPMI, considerando minha inequívoca condição de investigado, por orientação da minha defesa e com base no habeas corpus 229323, concedido em meu favor pelo STF, farei uso ao meu direito constitucional ao silêncio”, destacou Cid no inicio da sessão.
Durante a CPMI, Cid foi questionado pelos parlamentares sobre o conteúdo com teor golpista encontrado no celular do militar, que foi apreendido pela Polícia Federal em uma operação que levou à prisão do ex-ajudante de ordens em 3 de maio deste ano.
As mensagens encontradas pela Polícia Federal (PF) no celular de Mauro Cid foram tornadas públicas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Cid também é suspeito de inserir dados falsos no sistema do Ministério de Saúde e adulterar carteiras de vacinação contra a Covid.
Como alguns requerimentos que levaram à convocação de Cid o colocavam tanto na condição de testemunha quanto de investigado, a defesa de Cid pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que ele não fosse obrigado a comparecer à CPMI.
Ao analisar o pedido, a ministra Cármen Lúcia decidiu que Cid era obrigado a ir à CPMI, mas que poderia ficar em silêncio para não se autoincriminar, o que se concretizou.
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Questionamentos à Mauro Cid
A Senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da CPMI, questionou se Cid confessava ter inserido dados falsos sobre vacinação no sistema do Ministério da Saúde e se ele confirmava que familiares viajaram para os EUA com cartões falsificados.
Além disso, se ele se arrependia de ter aderido a movimentos ‘extremistas’. Todos os questionamentos sem resposta.
Outros questionamentos feitos aCid pelos parlamentares, foi se Bolsonaro tinha conhecimento das fraudes no cartão de vacinas e se planejava ir a outros países com o cartão de vacinas;
Se o tenente-coronel conhecia a empresa Sipal [que, segundo a relatora, recebeu aporte do BNDES para comprar caminhões e enviou esses caminhões ao acampamento bolsonarista em frente ao QG do Exército em Brasília]; Por que Cid usava dinheiro em espécie para pagamentos de pessoas ligadas a Bolsonaro, mas todos os questionamentos não obtiveram resposta do tenente-coronel.
O depoimento de Cid à CPI deveria ter acontecido na semana passada, mas, como a Câmara dos Deputados decidiu dedicar a agenda da semana a projetos da área econômica (como a reforma tributária), as atividades das comissões foram suspensas para que o plenário se dedicasse à agenda da economia.
Com isso, o depoimento do militar foi adiado para esta semana.