Oriundo de leilão de produtos da mineração ilegal, o valor de R$ 12.068.300 será repassado à Fundação Nacional do Índio (Funai), segundo o Ministério de Minas e Energia (MME).

O dinheiro foi arrecadado em um leilão de quase 450 toneladas de cassiterita retiradas ilegalmente da Terras Indígena Yanomami, em Roraima. 

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O minério, recentemente apreendido pelas autoridades federais, foi disponibilizado para o leilão, promovido pela Agência Nacional de Mineração (ANM), órgão vinculado ao MME.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, reforça como a pasta tem atuado para contribuir com o fim da crise nas terras Yanomami.

“Temos trabalhado também no fornecimento de energia elétrica, com a instalação de placas solares e baterias a fim de melhorar as condições de atendimento nos postos de saúde da região. E agora, esses recursos serão repassados à Funai para que possam ser utilizados com os povos indígenas”, destacou.

Leilão dos produtos da mineração ilegal

Um total de 12 empresas poderiam participar do leilão, no entanto, oito apresentaram lances e adquiriram os lotes. 

As apreensões de cassiterita foram intensificadas em função do aumento da exploração ilegal no Território Indígena Yanomami. 

Diante desse cenário, foram publicados 10 Editais de Leilões no Diário Oficial da União (DOU), em 8 de fevereiro.

Para poder participar, os pretendentes se cadastraram previamente, apresentando os documentos previstos no Edital.

A expectativa é a continuidade da realização dos leilões de bens minerais apreendidos em operações realizadas pela Secretaria de Estado de Fazenda de Roraima, Receita Federal, órgãos policiais, ambientais e pela própria ANM.

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Crise Yanomami

Só em 2022, segundo o governo federal, 99 crianças Yanomami morreram.

Entre as causas das mortes, pneumonia, diarreia e doenças evitáveis.

O agravamento na saúde dos indígenas, com casos graves de desnutrição severa, verminose e malária, ocorreu em meio ao avanço do garimpo ilegal na região.

A estimativa é que em toda a Terra Indígena Yanomami, 570 crianças morreram nos últimos quatro anos, na gestão de Jair Bolsonaro.