Nesta quarta-feira, 20, o Ministério Público do Paraná apresentou uma denúncia contra o policial penal federal Jorge Guaranho, que matou a tiros o sindicalista e guarda municipal petista Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu (PR), sob acusação de homicídio duplamente qualificado.

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O promotor Tiago Mendonça afirmou que a motivação do crime foi fútil e não torpe, como concluiu a Polícia Civil.

Após menos de uma semana de investigação, a polícia concluiu que o assassinato teve motivo torpe e não foi enquadrado como crime de ódio, político ou contra o Estado democrático de Direito, por falta de elementos para isso.

O enquadramento como motivo fútil, segundo o promotor, ocorre pelo fato de que a morte foi resultado de uma divergência política.

O inquérito sobre o assassinato retornou para a polícia nesta terça-feira, 19, após a Justiça determinar urgência nas perícias pendentes na investigação.

Entre elas, a análise das câmeras de segurança do trajeto feito por Jorge no dia do crime e a análise de seu celular, já apreendido.

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Devem ser avaliados, ainda, os celulares de outras três pessoas que conheciam Jorge. Também devem ser identificados todos que tiveram acesso às câmeras de segurança da associação onde ocorreu o homicídio.

O depoimento de uma dessas pessoas foi solicitado pelo Ministério Público.

Em paralelo, a Promotoria manifestou concordância com o pedido da corregedoria-geral do Departamento Penitenciário Nacional para abertura de processo administrativo contra Jorge, que está em prisão preventiva.

Jorge segue internado – o promotor afirmou à imprensa que ele será ouvido quando tiver condições de falar. Mendonça informou que o policial saiu da UTI, mas não tem previsão de alta.

Apesar de todas as perícias da polícia não terem sido concluídas, o Ministério Público decidiu apresentar a denúncia.

O promotor afirma que o ódio demonstrado por Jorge, que dirigiu em alta velocidade e confrontou o caseiro que tentou impedir sua entrada, deve ser levado em conta na aplicação da pena caso fique provado que houve premeditação.

A Secretaria de Segurança Pública do Paraná informou que irá cumprir as diligências rapidamente. “As perícias já tinham sido requisitadas pela autoridade policial à Polícia Científica, na semana passada”, aponta a secretaria. “Por enquanto, sem previsão de conclusão.”

Durante o inquérito, em que as investigações foram finalizadas em cinco dias, a polícia descartou crime político ou de ódio, mas apontou motivo torpe para o assassinato.

A delegada responsável pelo caso confirmou que tudo começou com uma provocação do bolsonarista, seguida de discussão por questões políticas e ideológicas.

Porém, disse que, para enquadrá-lo como um crime político, seriam necessários requisitos para isso, como o de tentar impedir ou dificultar outra pessoa de exercer direitos políticos.

A pena de homicídio simples prevista na legislação vai de 6 a 20 anos de prisão. Com a presença do motivo torpe, pode ir de 12 a 30 anos.

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