A Polícia Federal (PF) viu indícios de que o influenciador Bruno Aiub, o Monark, cometeu crime de desobediência ao criar perfis nas redes sociais após o Supremo Tribunal Federal (STF) mandar suspender suas contas por desinformação sobre as eleições de 2022.

Ao STF, um relatório afirma que o influenciador teve a “intenção deliberada de violar a determinação judicial”.

Os perfis atribuídos a Monark estão no Instagram, Rumble, TikTok e YouTube.

“A criação de novos perfis se revela como um artifício ilícito utilizado para produzir (e reproduzir) conteúdo que já foi objeto de bloqueio nestes autos, veiculando novos ataques, violando decisão judicial, o que pode caracterizar, inclusive, o crime de desobediência”, diz um trecho do documento.

A PF chegou a analisar publicações veiculadas nos novos perfis e encontrou “indícios substanciais que apontam para a persistência na transgressão das ordens judiciais impostas”.

“A infração em questão perdura, caracterizando-se pela reiterada recusa em acatar a determinação judicial de cessar a divulgação (publicar, promover, replicar ou compartilhar) de notícias fraudulentas (fake news)”, segue.

Suspensão

O influenciador teve as contas suspensas em junho do ano passado.

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, alegou que a medida é necessária para interromper a divulgação de “discursos com conteúdo de ódio, subversão da ordem e incentivo à quebra da normalidade institucional e democrática”.

A decisão foi tomada depois que Monark levantou suspeitas sobre a transparência das urnas e questionou se o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) teria interesse em “manipular” as eleições.

O influenciador recebeu uma multa de R$ 300 mil após criar novas contas nas redes, burlando a restrição judicial.

Em depoimento à PF, ele afirmou que “não recebeu nada oficial informando que não poderia mais criar canais ou falar algo na internet”.