Os casos de mortalidade materna cresceram 70% em 15 meses de pandemia de Covid-19, conforme estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

As informações sobre o número de mortes de gestantes e puérperas no Brasil foram divulgadas nesta terça-feira (25).

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O grupo de pesquisa inclui pesquisadores de universidades brasileiras, da Colômbia e dos Estados Unidos.

Conforme os pesquisadores, a metodologia foi comparar a mortalidade materna, que era prevista para março de 2020 a maio de 2021, sem a pandemia, e a que ocorreu, de fato, com a disseminação do novo coronavírus.

Mortalidade materna em dados

Segundo a pesquisa, houve 1.353 mortes maternas além do que era esperado, representando excesso de mortalidade de 70%.

Na região sul, entre março e maio do ano passado, o excesso de mortes chegou a 375% na faixa etária de mulheres de 37 a 49 anos.

O período em questão foi quando o país viveu a fase mais letal da pandemia.

Segundo dados do Laboratório de Modelagem em Estatística, Geoprocessamento e Epidemiologia (Legepi) da Fiocruz Amazônia, os impactos do aumento da mortalidade materna diferiram nas regiões do país e mais fortes nos momentos mais agudos da pandemia.

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Conforme o Legepi e afirmação dos demais autores do estudo, afirmam que, as mortes refletem não apenas desigualdades de acesso à saúde que já existiam antes da pandemia, como também o agravamento delas, sobretudo no norte e no nordeste.

A pesquisa possibilitou a produção do artigo: excesso de mortes maternas no Brasil: desigualdades regionais e trajetórias durante a epidemia de covid-19 (Excess maternal mortality in Brazil: Regional inequalities and trajectories during the covid-19 epidemic).

O estudo científico foi aceito para publicação no periódico científico Plos One, conforme a Fiocruz Amazônia.