A descoberta de novos grampos telefônicos ilegais levou o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) a oferecer nova denúncia contra os policiais Robson Cândido da Silva e Thiago Peralva Barbirato França, nesta sexta-feira (5). 

Cândido, ex-delegado-chefe da Polícia Civil do Distrito Federal, estava sendo investigado por perseguição à ex-amante, no âmbito da Lei Maria da Penha.  No curso das investigações, foi descoberto que ele estava se utilizando do aparato policial para realizar sua perseguição, envolvendo o ex-delegado Peralva.

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De acordo com os promotores, Peralva e Cândido usaram o Sistema Vigia, da PCDF, e o banco de dados do Detran para saber a localização do carro da vítima. Segundo o MP, Peralva acessou, no mínimo, 58 vezes o software da PCDF para saber a localização da ex-amante do diretor-geral da Polícia Civil, a pedido do chefe.

Em denúncia apresentada em novembro de 2023, o  Ministério Público afirma também que Peralva teria inserido o número da ex-amante de Cândido em uma interceptação telefônica que apurava crime de tráfico de drogas, para monitorar a localização dela e poder fazer ameaças. 

O ex-chefe da PCDF é acusado de cometer os crimes de stalking (perseguição), violência psicológica, descumprimento de medida protetiva de urgência, peculato, corrupção passiva, participação em interceptação telemática ilegal e violação de sigilo funcional.

Os promotores não descartam fazer novas descobertas nas investigações.  ¨Não se descarta, ainda, a possibilidade de ajuizamento de outras denúncias (o que será feito de forma apartada), caso novos fatos conexos ou não venham à tona no curso da instrução¨, diz trecho da denúncia apresentada. 

OUTRAS INVESTIGAÇÕES

Ao investigar o caso de Robson Cândido, o Ministério Público deparou-se com um emaranhado de condutas duvidosas no âmbito policial e afirma que vai investigar. 

¨O Ministério Público usará a prova já compartilhada para a instauração de novas investigações considerando que há indícios de inúmeras outras condutas, inclusive de policiais, que merecem a devida e pronta apuração, mas que podem não ter relação probatória direta com os fatos aqui elencados até o momento¨, diz o documento.

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