Protagonizando as mulheres na produção de ciência, o programa “Futuras Cientistas” realiza a primeira edição no Amazonas.

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O objetivo do projeto é estimular o contato de alunas e professoras do sistema público de ensino com as áreas de Ciência e Tecnologia.

A primeira edição aconteceu no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) durante todo o mês de janeiro.

Alunas e professoras participaram de uma completa imersão no tema “Mudanças Climáticas e suas múltiplas dimensões – clima, biodiversidade e sociedade”.

As ações envolveram palestras, pesquisas de campo, vídeo-aulas e contato com os estudos realizados pelos profissionais do Inpa. 

Mônica Fiuza, aluna da Escola Estadual Deputado Vital de Mendonça de Itacoatiara, a 176 km de Manaus, comenta sobre a experiência.

“Na escola, nosso contato com a biologia acontece por meio dos livros didáticos, que auxiliam bastante, mas são limitados. Aqui, estivemos no herbário, tivemos contato com anfíbios e répteis, fomos até o local onde os peixes-bois e ariranhas são cuidados, aprendemos sobre as aves. Tudo isso vendo de perto todo o processo, é muito diferente”, declara.

Por também ser vinculado ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), todas as selecionadas recebem uma bolsa-auxílio de R$483.

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Mulheres na Ciência

Dados mundiais da Unesco de 2020 apontam que 30% de cientistas são mulheres.

No Brasil, as pesquisadoras representam 40,3%. Apesar do avanço em comparação a média global, o cenário ainda não é considerado de paridade. 

Nesse contexto, o programa “Futuras Cientistas” surge para contribuir com a equidade de gênero no mercado profissional.

“Existem diversas áreas nas Ciências que ainda são, majoritariamente, dominadas por homens. Isso acontece, infelizmente, porque não somos estimuladas a acreditar que podemos exercer essa profissão. Por isso, é um orgulho estar aqui, com elas, e mostrar na prática que é possível”, comenta Jordana Guimarães, pesquisadora do Inpa e uma das tutoras das alunas.

Nos dez anos do projeto, o incentivo tem funcionado. Aproximadamente 70% das participantes do programa foram aprovadas nos vestibulares de suas respectivas cidades.

Destas, 80% escolheram cursos nas áreas de Ciência e Tecnologia.

1ª edição no Amazonas

O programa “Futuras Cientistas” foi criado em 2012 para incentivar a produção científica de meninas do ensino médio de escolas públicas estaduais.

A iniciativa é vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).

Lançada pelo Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene), agora o programa tornou-se nacional, com 470 vagas.

O total de vagas destinadas ao Amazonas foram dez, compreendendo 7 alunas e 3 professoras.

Dentre os planos apresentados pela região Norte, o proposto pelo Inpa foi aprovado pela coordenação geral do programa.

A escolha das participantes se deu por meio de inscrições por edital, publicado em setembro do ano passado. 

Entre os critérios do edital estavam a avaliação do desempenho escolar – para as alunas; e a análise do Currículo Lattes, para as professoras.

O pesquisador do Inpa, Felipe Zanusso, destacou o grande número de pedidos de inscrição como amostra de interesse.

“A gente recebeu muitos pedidos de inscrição, cartas de recomendação, e isso comprova que o interesse existe, o que falta é o incentivo“, disse o pesquisador, que também é um dos integrantes da equipe do projeto.