Estudo da Comissão Econômica da Europa (Unece), da Organização das Nações Unidas (ONU) revelou no dia 19 de setembro que apesar de crises energéticas e desafios internacionais, o mundo ainda tem como alcançar a neutralidade em carbono se tomar as providências certas.

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O documento reflete a opinião de peritos internacionais e estatísticos da Europa, da América do Norte e Ásia Central e lista uma série de soluções políticas e de tecnologia para a região alcançar a neutralidade em carbono até 2050.

O estudo revela que o investimento em energia com base numa porcentagem do Produto Interno Bruto, PIB, terá de subir de 1,24% em 2020 para 2,05% por ano de 2025 a 2050.

Isso valoriza o montante necessário entre US$ 44,8 trilhões e 47,3 trilhões até 2050 considerando qualquer atraso adicional na tomada de ações.

Temperaturas extremas

Um dos exemplos são os custos de eventos causados por temperaturas extremas, registrados neste verão e durante os últimos anos. A falta de ação custa muito mais para a sociedade.

A secretária-executiva da Comissão Econômica para a Europa, Unece, afirma que a falta de ação é uma escolha política que levará a desafios ainda maiores no futuro. Olga Algayerova acredita que apenas ações imediatas e sustentadas podem descarbonizar a energia para evitar um desastre climático.

O relatório da ONU é um lembrete sombrio de que o aumento de investimento em combustíveis fósseis é uma ilusão a partir do momento em que tecnologias de baixo e zero carbono estão disponíveis.

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A comissão da ONU afirma que os governos precisam abraçar as políticas de apoio à neutralidade em carbono criando formas de financiar uma transição justa para sistemas energéticos neutros em carbono.

Atualmente, mais de 80% do mix de energia primária em países cobertos pela Unece é baseado em combustíveis fósseis.

Os modelos climáticos indicam que as ações nacionais, no momento, e os alvos internacionais do Acordo e Paris e da COP26 falham na neutralidade em carbono e na meta de manter a temperatura global em até 2ºCelsius.

Relatório indica que para alcançar a neutralidade será preciso:

-Diversificar o fornecimento de energia primária e final com todas as tecnologias de baixo e zero carbono.

-Acelerar a eliminação gradual de combustíveis fósseis.

-Aumentar a eletrificação de todos os setores com foco na energia renovável e na energia nuclear. Novas formas de armazenamento de energia (elétrico, mecânico, térmico e químico) precisarão de ser desenvolvidas para reduzir a necessidade de backup energético.

-Construir a capacidade para apoiar a inovação generalizada de tecnologias de baixo e zero carbono incluindo sequestro de carbono, uso e armazenamento, Ccus, hidrogênio e energia nuclear avançada.