O Museu da Amazônia (MUSA) é um acervo a céu aberto sobre o bioma amazônico e as suas nuances culturais e sociais.

Na Reserva Florestal Adolpho Ducke, no bairro Jorge Teixeira, Zona Leste de Manaus, o MUSA ocupa cerca de 100 hectares de terra nativa.

Em seus mais de 60 anos, o espaço produziu ciência e turismo, colecionando catálogos de animais, plantas e muito mais, explorando uma experiência sensorial.

O diretor do museu, Fillipo Stampanoni, falou ao Norte Entrevista sobre o fluxo de visitantes e as estratégias para captar o interesse dos manauaras ao espaço. Acompanhe os destaques da entrevista:

Propósito do MUSA

“O objetivo principal do MUSA é aquele de criar um espaço que consiga articular pesquisa, divulgação e atividades para a população, voltado ao conhecimento científico e também tradicional e à preservação da floresta amazônica. Então, quase todas as nossas atividades são voltadas a criar as condições de juntar universidades, outras escolas, outros museus, institutos de pesquisas, para trabalhar em rede, num local como museu, para criar conteúdos de divulgação da importância do bioma amazônico e da sua bio e sociodiversidade”.

MUSA como um espaço de ciência e lazer

“Então, assim, a gente é um local de referência no ponto de vista turístico, mas a gente tem que ainda avançar muito para que se torne um local que seja considerado pela população local, pelos manauaras, como um local em que as pessoas se sintam convidadas a estar (…) a gente queria que ele se tornasse um ambiente de referência também para lazer, para fazer atividades, para conhecer a floresta”.

Fluxo de manauaras

“Na minha análise, a gente pode ter uma questão de custo do acesso ao museu, que a gente pretende tornar, com esses programas que a gente tem atualmente, mais acessível a todo mundo. Do outro lado, eu acho que a gente precisa melhorar a nossa programação para criar mais atividades que sejam percebidas pela população como uma atividade de interesse, ou seja, abrir nosso leque de propostas.”

Turismo científico para fora da bolha científica

“Eu diria que, com certeza, o aspecto do interesse científico dos conteúdos do museu é uma parte fundamental, porque o turismo científico é uma maneira de você divulgar os conhecimentos, a importância da floresta. (…) Agora, o que eu acho mais importante ainda é conseguir atrair aquele outro tipo de público que não se enquadra diretamente na categoria do turista científico, mas é uma pessoa que quer conhecer um local novo e daí, uma vez entrando no museu, a gente espera despertar interesse que depois possa germinar em algo, um desejo de conhecer mais aprofundadamente a importância dessa região.”

Atrações

“Atualmente a gente tem algumas categorias de instalações, como, por exemplo, exposições. Neste momento temos 4 exposições em atividade e funcionamento. Depois, a gente tem uma outra categoria, que são os viveiros, ou seja, laboratórios abertos ao público, onde a gente pesquisa e divulga a importância de alguns tipos de seres amazônicos. Então, nesse caso, a gente tem [exposições] de plantas, de aracnídeos, de cobras, aquários, borboletários, fungários. Então, esses lugares são dedicados a uma característica específica de um habitante da floresta e a gente convida o público a conhecê-los com pessoas especializadas que trabalham com esse tipo de forma de vida”.

Torre de observação – Foto: Vanessa Gama/Instagram/@museudaamazonia_musa