Alessandro Moretti, ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), afirmou que enviou à Polícia Federal (PF) todo material de investigação feito pela Abin sobre esquema de monitoramento ilegal.

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“Todo o material probatório, coletado e produzido pela Abin, foi compartilhado com a Polícia Federal e, por esta razão, grande parte do material que instrui o inquérito da PF é fruto da apuração conduzida com total independência na Abin”, disse Alessandro em nota.

Alessandro foi exonerado na terça-feira (30), em meio ao inquérito que investiga supostas atividades de espionagens ilegais, realizadas na Abin durante o governo Bolsonaro.

Em relatório encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a PF afirma que integrantes da atual cúpula da Abin interferiram e prejudicaram as investigações, ao dificultar o acesso a dados, além de apontar um possível “conluio” entre os investigados da gestão anterior da Agência com os integrantes da atual gestão.

Leia a nota na íntegra:

Ao deixar o cargo de Diretor-Adjunto da Agência Brasileira de Inteligência – Abin, venho a público para esclarecer que, após minha determinação, na época como Diretor-Geral em exercício, é que foram iniciados os trabalhos de apuração interna relacionados ao uso de ferramenta, com a instauração de sindicância investigativa pela Corregedoria-Geral.

Todo o material probatório coletado e produzido pela Abin foi compartilhado com a Polícia Federal, que também teve atendidas todas suas solicitações à Agência. Por esta razão, grande parte do material que instrui o inquérito da PF é fruto da apuração conduzida com total independência na Abin.

Importante lembrar que a Abin se encontra em fase de transição, após deixar de ser subordinada ao Gabinete de Segurança Institucional – GSI e passar a integrar a estrutura da Casa Civil da Presidência da República.

Diversas medidas foram adotadas e muitas outras estão sendo implementadas pela atual gestão para a modernização da gestão da Agência, o que garantiu, inclusive, a citada apuração ampla e independente.

Nenhum país, em especial uma nação continental como o Brasil, pode prescindir de uma Inteligência profissional e cumpridora dos princípios que regem o Estado Democrático de Direito. O conhecimento estratégico difundido pela Abin, indispensável para o país e essencial para a proteção de nossa sociedade, é produzido por profissionais altamente capacitados e compromissados.

O fortalecimento da Abin, como instituição de Estado, deve ser uma busca constante, e não dispensa o reconhecimento e respeito aos seus dedicados servidores.

Agradeço a oportunidade de trabalhar nesta Agência que tanto respeito e de ter podido contribuir com seu processo de modernização, do modo como sempre atuei nos meus 33 anos de serviço público, na proteção da sociedade brasileira, como servidor de Estado. Meu especial agradecimento ao Dr. Luiz Fernando Corrêa, Diretor-Geral da Abin, pela confiança e profissionalismo”.