Os níveis de gelo marinho ao redor da Antártica atingiram os índices mais baixos já registrados neste inverno, elevando as preocupações sobre a intensificação das mudanças climáticas.

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A informação foi divulgada na segunda-feira (25), pelo Centro Nacional de Dados sobre Neve e Gelo (NSIDC), dos Estados Unidos.

As mudanças podem trazer consequências para a reprodução de animais como os pinguins, que criam seus filhotes no gelo marinho, além de acelerar o aquecimento global.

O gelo marinho da Antártida derrete durante o verão e volta a formar-se no inverno, estação que acabou de terminar no Hemisfério Sul.

Análise do gelo

Em 10 de setembro, o gelo marinho na Antártica atingiu uma extensão máxima anual de 16,96 milhões de quilômetros quadrados, estabelecendo a menor máxima no registro de satélite que começou a ser feito em 1979.

Conforme o NSIDC, trata-se de aproximadamente 1 milhão de quilômetros quadrados a menos do que o recorde anterior estabelecido em 1986.

Esse tamanho é equivalente a quase o dobro da área da França.

Também está 1,75 milhão de quilômetros quadrados abaixo da extensão média máxima da Antártica de 1981 a 2010, segundo o monitoramento realizado.

A extensão do gelo marinho está marcadamente abaixo da média ao norte da Terra Rainha Maud e a oeste da Península Antártica.

Outras áreas baixas incluem o Oceano Índico e o Mar de Ross.

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Equilíbrio na Terra

O Oceano Antártico e o seu gelo marinho são uma componente importante do equilíbrio energético da Terra, refletindo a luz solar de volta para o espaço e sustentando um rico ecossistema à beira do gelo.

Se a extensão dramaticamente menor do gelo marinho continuar até ao mínimo do verão de 2024 e mais além, muito mais da costa da Antártida ficará exposta às ondas oceânicas e ao clima marinho, conforme o monitoramento.

“Isto pode levar a dois impactos opostos: erosão do gelo costeiro mais perene e das plataformas de gelo, desestabilizando a camada de gelo ou aumento da acumulação perto da costa, compensando em parte a ameaça da subida do nível do mar”, alerta o centro nacional.

Em fevereiro, no auge do verão austral, o gelo marinho da Antártida atingiu o seu ponto mais baixo, com uma extensão mínima de 1,79 milhão de quilômetros quadrados.

Posteriormente, o gelo marinho voltou a formar-se a um ritmo lentamente incomum, apesar da chegada do inverno.