A prefeitura de Jutaí, a 672 Km de Manaus, decretou na segunda-feira, 5, situação de emergência na área rural e urbana do município. Tudo por conta da estiagem que atinge o médio Solimões e que causa prejuízos econômicos, sociais e ambientais, conforme relatórios das secretarias do município.

O decreto nº50/2021 foi assinado pelo prefeito do município, Pedro Macário Barboza, e publicado no Diário Oficial dos Municípios na edição desta quinta-feira, 7.

Além do decreto, a defesa civil do município publicou o parecer técnico dos prejuízos causados no município por conta da estiagem.

O decreto reconhece a situação de emergência do município, caso haja necessidade de ajuda complementar por parte do Governo Federal ou Estadual, além de servir para que a gestão municipal adote providências imediatas como cestas básicas, água potável e medicamentos, capazes de minorar os prejuízos e evitar o comprometimento da segurança do patrimônio e da população jutaiense.

Relatório

Segundo relatório da Secretaria Municipal de Produção e Abastecimento, a estiagem deste ano já causou perdas e danos a plantações agrícolas e perdas nas criações de animais de pequeno porte, com possibilidade de serem atingidas cerca de 3.780 pessoas. O prejuízo econômico privado estimado é de R$ 1.098.200,00.

A Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura, em vistoria técnica realizada no dia 27 de setembro de 2021, relata que a estiagem impõe gastos em obras que chegam a R$ 457.110,00.

Estiagem

A estiagem no município teve seu início no mês de agosto com a diminuição do volume de chuvas e de forma irregular, intensificou-se no mês de setembro somente com volume irregular que variou de 10 a 25 mm.

Toda a área do município vem sofrendo com a falta de chuvas associada a altas temperaturas e umidade do ar abaixo de 30%. A massa de ar seco coopera na evaporação das águas em depósitos naturais e artificias, como açudes e córregos.

Como os registros mostram, já há muitos depósitos secos, onde já foi providenciada a captação de águas por via tubular profunda ou por serviços com máquinas para buscar no solo a água e pequenos açudes, especialmente para o rebanho de leite e corte nas propriedades rurais.

Prejuízo

Segundo dados da prefeitura, a bacia do Rio Solimões vem apresentando valores com índices de chuva muito baixos que causam a estiagem na zona urbana e rural de Jutaí.

Os prejuízos contabilizados são danos nas residências e infraestruturas afetando diretamente famílias com móveis e utensílios danificados, como desmoronamento de barrancos e terras por causa da seca.

Na zona rural da cidade, a ponte São Francisco apresentou rachaduras provocadas por deslizamentos e seca. Cinco escolas na zona Rural ficaram danificadas e uma ficou destruída devido ao desmoronamento.

Quarenta imóveis localizados na rua João Coelho, Beco da Benção e Beco Fênix apresentaram rachaduras por conta dos desmoronamentos e queda de barranco.

Na estrada do Porto Afonso, um deslizamento de encostas ocorreu no Km 2.

Saúde

De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente, a seca não está somente esvaziando os reservatórios, como também escancara a poluição no município.

Com a falta e chuva, a disponibilidade hídrica diminui drasticamente e o nível da poluição dos rios, lagos e reservatórios aumenta, e colabora inclusive, com o mau cheiro desses mananciais.

O ar poluído também pode ser invisível, a inalação de fuligem ou fumaça com material particulado escurece os pulmões e causa desconforto respiratório e cardíaco, além de doenças respiratórias.

O município já atendeu mais de 657 pessoas com uso de medicamentos, sais de reidratação oral e outros remédios.

Vinte pessoas foram socorridas por serem afetadas diretamente com os desastres ocasionados pela estiagem.  

 

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