Pesquisas científicas realizadas através da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) apontam que a escama do Pirarucu pode servir para revestimento de implantes ósseos.

A produção de cimento ósseo retirado das escamas do Pirarucu para ser usado no revestimento de parafusos metálicos faz parte de um estudo para melhorar a densidade óssea na fixação dos implantes, principalmente no tratamento a pessoas que sofrem com a osteoporose.

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A pesquisa científica é coordenada pelo doutor em Ciência e Engenharia de Materiais Jean Carlos Silva Andrade, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) com pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

São verificadas as propriedades físico-químicas, bioativas e biológicas da hidroxiapatita (HA) derivadas dos resíduos de um tradicional peixe da região amazônica, a Arapaima Gigas, conhecido como Pirarucu.

Matéria-prima

Segundo o pesquisador, a utilização da escama de pirarucu como fonte de transformação de baixo custo, matéria-prima base para o desenvolvimento de cimento ósseo bioabsorvível em revestimento para implantes, tem a possibilidade de aplicação tecnológica na indústria.

“A sociedade procura alternativas para a preservação dos recursos naturais, exigindo produtos e serviços que cumpram o fim a que se destinam, mas que sejam produzidos com menor impacto ecológico. Para alcançar essas necessidades, o estudo interdisciplinar torna-se fundamental, conseguindo atingir a tecnologia desejada, a preservação ambiental e a eficiência da produção”, comenta Jean Carlos.

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Pesquisa

A pesquisa já apresenta resultados preliminares por meio da extração do fosfato de cálcio (CaP) de escamas do Pirarucu através do tratamento térmico alcalino (700-900ºC) e remoção de compostos orgânicos, para a produção de hidroxiapatita (HA).

Pesquisas recentes demonstraram que os biomateriais cerâmicos derivados da escama de peixe (FSHA) são biologicamente melhores do que o HA quimicamente sintetizado e têm o potencial para uso como um esqueleto ósseo ou como materiais regenerativos.

Os parafusos metálicos receberão revestimento de HA proveniente de escamas de peixe.

O efeito da camada intermediária de revestimento HA sobre a força de adesão no substrato será investigada, assim como o desgaste do material e possíveis implicações na rejeição do implante através de corrosão e biotribocorrosão em simulação de fluido corpóreo.

Metodologia

O estudo é realizado a partir de resíduos de escamas do Pirarucu, resíduo não tóxico, utilizados para se extrair fosfatos de cálcio (CaP), sendo uma fonte alternativa e barata para a produção de hidroxiapatita (HA), objetivando o desenvolvimento de cimento ósseo bioabsorvível à base de hidroxiapatita e utilizá-la para melhorar a biomecânica associada aos implantes ósseos.

As escamas serão submetidas a diferentes tratamentos térmicos e termoquímicos para a remoção dos compostos orgânicos.

O desenvolvimento de hidroxiapatita granulada é de grande interesse devido à sua ampla utilização na área ortopédica e traumatológica (medicina e odontologia).

No entanto, não existem materiais disponíveis no mercado nacional com qualidade e custo vantajoso. 

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