Nesta terça-feira, 2, um trem de carga descarrilou e foi incendiado por indivíduos não identificados em La Araucanía, região do sul do Chile, sob um estado de exceção e militarização ordenado pelo governo para deter os reiterados ataques e enfrentamentos em meio a um conflito com indígenas mapuches.
A Polícia Civil chilena informou à imprensa local, Sebastián Lara que um grupo de pessoas não identificadas ‘provocaram danos nos dormentes’ da ferrovia perto da cidade de Victoria (616 km ao sul de Santiago), provocando o descarrilamento de alguns vagões, que foram incendiados.
O incidente ocorreu em uma área de difícil acesso, o que complicou o acesso dos bombeiros e dos policiais, que precisaram chegar a pé. As autoridades iniciaram uma investigação para encontrar os autores.
“Este é um atentado contra a vida humana porque poderia ter sido contra um trem de passageiros que circula entre Temuco e Victoria”, afirmou Víctor Manoli, delegado presidencial (representante do governo central) em La Araucanía.
A região vive um conflito histórico entre o povo mapuche, a maior etnia chilena, e o Estado, ao qual os indígenas reivindicam terras que consideram próprias por direito ancestral e que foram entregues a entidades particulares, sobretudo a empresas florestais e fazendeiros.
A falta de solução para este conflito fez eclodir a violência na última década, com ataques incendiários a prédios privados e caminhões.
Também trouxe à luz a presença do narcotráfico e de organizações de autodefesa, assim como operações policiais supostamente montadas para culpar os indígenas.
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