O Portal Norte em Brasília entrevistou o economista e professor de mercado financeiro da Universidade de Brasília (UNB), César Bergo.
Ele atua na área econômica há mais de 30 anos e conversou com a nossa equipe sobre pontos importantes da pauta econômica do Congresso Nacional, como reforma tributária, Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Banco Central.
Destacando a importância da reforma, o professor alegou que o consumidor deve ter boas expectativas em relação ao projeto aprovado, pois “apesar de não ser a melhor, é a reforma possível.”
“O grande ganho é a simplificação da tributação, hoje nós temos vários impostos em cascata que implicam no aumento do imposto do produto no final, que vem sofrendo tributação no decorrer da cadeia produtiva, então agora ele vai pegar a nota eletrônica e ver o quanto de imposto está pagando por aquele tributo.”
Segundo Bergo, “o contribuinte deve ficar otimista porque isso melhora o ambiente de negócio, as transações. Fica mais fácil saber quanto eu pago de imposto, as empresas não vão precisar contratar um escritório de advocacia pra fazer cálculo de tributação, vai baratear a questão administrativa, então não tenha dúvida de que foi um grande avanço.”
Veja a entrevista:
Destaques da entrevista de César Bergo
Meta fiscal
Com a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que estabelece regras para o orçamento 2024 aprovada na última semana, o economista afirmou que “o governo está sendo bem criativo” e deve gerar formas de arrecadar os R$ 168 bilhões e zerar o déficit fiscal.
“Uma das propostas do governo recente foi de que você ganha na justiça o direito de receber um dinheiro que você pagou indevido, aí o governo quer que você parcele para ele, isso não existe saiu a decisão judicial tem que pagar[….]o governo é criativo, vai caminhar para uma proposta dessa e isso vai dar uma economia para ele, que não vai precisar pagar 100% neste ano, vai pagar 30% e vai ter uma sobra.”
Taxa Selic
César Bergo destacou pontos sobre a atuação do Banco Central (BC), incluindo os atritos de Campos Neto com o presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva e a taxa Selic.
A previsão dada pelo economista é que durante a reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM) que acontece entre os dias 30 e 31 de janeiro a taxa selic caia 0.5%.
“O BC deve cortar aí 0.5 nesta reunião. Eu não descarto a possibilidade neste primeiro semestre”.
Ele pontou que em uma próxima reunião poderá “ter um corte maior de 0.75%.”
Cartões de crédito
César Bergo comentou sobre as novas regras dos cartões de crédito, que limitam os juros a cem por cento da dívida. O professor lembrou que a medida passou a valer para dívidas contraídas a partir de 04 de janeiro. “O que você comprou antes, a sua dívida com o cartão, vai ter que ser resolvida por outro canal,” disse.
Dentre as consequências que o economista prevê desta limitação dos juros a serem cobrados está o menor volume de crédito.
¨Os bancos não vão mais criar esses limites estratosféricos”.
Bergo alerta para a importância da educação financeira e da disciplina ao lidar com o cartão de crédito.
Para o economista, o cartão de crédito “é um importante meio de pagamento no mundo atual”.
“Se a gente observar as vendas feitas no mês de dezembro, 70% delas foram feitas através do cartão”.