O Norte Entrevista desta sexta-feira (24) tem a participação de Pietra Fraga do Prado, coordenadora de Projetos da Acontece Arte e Política LGBTI+ e coordenadora-geral do Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+ no Brasil.

Na conversa, Pietra detalha o Dossiê de LGBTIfobia Letal, que denuncia 230 mortes de LGBTI+ no Brasil no ano de 2023, sendo 184 assassinatos, 18 suicídios e 28 outras causas.

Produzido pelo Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+, o estudo tem cooperação de da Acontece Arte e Política LGBTI+ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) e a ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos).

O estudo identificou que travestis e mulheres transexuais são a maioria das vítimas (61,74%). Em seguida, gays (25,65%), homens trans e pessoas transmasculinas (5,65%), outros segmentos (3,48%), lésbicas (3,04%) e não binarie (0,43%).

A maioria das mortes de pessoas LGBTI+ foi provoca por terceiros: 184 homicídios (80%). Em seguida, suicídios (7,83%) e outras 28 mortes (12,17%).

São Paulo figura no topo do levantamento, com 27 mortes; seguido por Ceará e Rio de Janeiro – 24 mortes em cada estado. Mas, considerando por milhão de habitantes, o ranking da violência LGBTIfóbica é liderado por Mato Grosso do Sul (3,26), Ceará (2,73), Alagoas (2,56), Rondônia (2,53) e Amazonas (2,28).

Veja outros destaques do dossiê:

  • 80 vítimas pretas e pardas, 70 brancas e 1 indígena
  • 120 vítimas entre 20 a 39 anos
  • 70 mortes por arma de fogo
  • 69 mortes em período noturno
  • 11 suicídios por pessoas trans

LGBTI+: lésbicas, gays, bissexuais, travestis, mulheres e homens trans, pessoas transmasculinas, não binárias e demais dissidências sexuais e de gênero.