A organizadora de vinhos e criadora da Koselig Brasil, Alessandra Melo, concedeu entrevista ao Portal Norte na segunda-feira (8).

Ele participou do quadro Norte Entrevista, conteúdo que aborda diferentes assuntos, com a presença de famosos, anônimos e autoridades.

Durante a participação, Alessandra falou sobre a criação das etiquetas minimalistas, o mercado de organização de vinhos e o mercado de vendas desses produtos no Brasil.

Melo também aproveitou para destacar a importância da degustação dos vinhos.

Veja a entrevista

Alessandra falou iniciou a entrevista explicando como surgiu a ideia de ser especialista em organização de vinhos.

“Eu sou personal organizer, especialista em organização de pós-mudança a oito anos. E durante todo esse processo surgiu clientes específicos que tinham acervos de vinhos que chegavam para mim dentro das caixas que eu precisava organizar. Porém, naquela época eu não tinha o menor conhecimento de vinho e eu não tinha ferramentas para organizar. Então, eu fazia tudo de forma muito básica. Que na minha cabeça, como uma leiga no assunto, eu decidi que eu ia organizar por categorias que seriam os vinhos tintos, os brancos, os rosês e os espumantes. Essas macros categorias. E depois eu falei, bom, e agora eu preciso de alguma forma organizar melhor e criar as micros categorias baseadas na organização alfa. Em ordem alfabética. Então, primeiramente, eu colocaria os vinhos Argentina, Brasil, Chile e assim por diante, em ordem alfabética. Só que para organizar esses vinhos, a partir daí, para ficar uma forma fácil para o meu cliente enxergar o que ele tem, não existia nada no mercado. Então, a princípio, eu usava esse tipo de material, que são etiquetas que a gente encontra em qualquer papelaria e para cada país, eu definia uma cor. Então, para ele ficava fácil. Só que acontece, essas etiquetas, elas não grudam na garrafa, na cápsula da garrafa e, às vezes, também não grudam na adega, devido ao material que ele não é resistente à umidade e à temperatura de dentro dessas adegas. Então, durante muito tempo, eu tive essa dificuldade e, conhecendo mais o mercado da organização e aprofundando mais em ajudar. Eu senti essa necessidade de melhorar o meu processo, de criar algo que realmente fizesse diferente na vida, que fizesse diferença na vida desses meus clientes. Por isso, eu pensei e comecei a estudar vinho, convertei bastante com esses clientes para saber o que é importante para eles na hora de organizar o acervo deles, mesmo que fosse um acervo de dez garrafas, uma adega pequena de chão, como se fosse um acervo de 300, 400 garrafas, que são aquelas climatizadas num ambiente mais apropriado para isso. E todos eles me passaram informações e, por conta disso, eu criei esse novo sistema e essa nova marca, que é a tag de organização.

Melo destacou como é atualmente o mercado de organização de vinhos no Brasil.

“O que existe hoje no mercado para organização de vinhos? Basicamente nada. De uma maneira física, falando de uma maneira física, é possível usar isso, essas etiquetas, mas elas não te trazem nenhuma informação, elas te trazem informação de uma cor, de onde começa uma coisa, de onde termina, de onde começa a próxima, mas isso não te traz nada além dessa informação. Existem etiquetas que são brancas, que também você conseguiria anotar algumas informações, mas são informações perdidas, que não te orientam de forma nenhuma. Existem ferramentas digitais que vão te dar informações, catalogação do seu acervo, mas nada que seja tão fácil, tão prático, visualmente. De saber exatamente quantos vinhos você tem, quais são os estilos, quais são os países, quais são as uvas, qual é o momento certo de você degustar cada vinho, com qual prato você vai escolher degustar cada vinho, então no mercado não existe algo que seja tão completo com as principais informações de organização de acervo”.

A organizadora de vinhos salienta que a tag brasileira é benéfica na “parte de degustação e de colecionar as memórias”.

O organizador permite que a conservação do vinho em todos os tipos de adegas.

“De uma maneira muito técnica, a tag permite que o consumidor não estrague o vinho, porque cada vez que se abre a porta de uma adega, que seja de chão, ou seja, aquela que você entra, você causa uma perturbação no ambiente. No caso das adegas pequenas, que é o que a gente encontra na maioria das casas das pessoas, você abre a porta e imagina que você quer escolher um vinho. Esse tempo que você leva para escolher o vinho, você já criou uma diferença de temperatura, já fez com que o ar frio que conserva as garrafas, ele saísse e entrasse o ar quente. Isso gera uma perturbação que muitas vezes a gente não sente, mas as moléculas do vinho sentem. Além disso, toda vez que você precisa puxar uma garrafa ali da prateleira, da gaveta da adega, para saber qual vinho que é, você também gera vibrações que interferem nesse processo de evolução e amadurecimento dos vinhos. De forma técnica, esse é o principal benefício que a gente tem”.

Para quem gosta de degustar vinho, a tag traz vários benefícios, é que o acentua Alessandra Melo.

“Com a possibilidade de você visualizar facilmente os vinhos que tem, encontra rapidamente o que você quer, além de conservar melhor o seu vinho, por não ter essas vibrações, você consegue escolher o vinho dentro do pico, você já separa aqueles que você sabe que precisam ser pregustados rapidamente porque eles são vinhos jovens e que não tem o tempo de guarda, como exemplo, os espumantes, os vinhos brancos, a maioria dos roseis, eles já saem do mercado direto para ser consumidos. Na tag consegue separar, organizando, anotar o pico dos vinhos.

Foto: Reprodução/Site koselig

Desde da pandemia, o consumo de vinhos no Brasil tem aumentado, e a criadora do Koselig Brasil, Alessandra Melo, já está vendo a expansão do produto

“Nós podemos notar o aumento expressivo no consumo de vinhos aqui no Brasil. Eu mesma fui uma das pessoas que consumiu muito mais vinhos e foi aí até que o meu interesse por vinhos começou a aumentar. Existe uma projeção de que esse consumo aumente mais de 20% nos próximos cinco anos. Os espumantes brasileiros têm ganhado muitos prêmios internacionais”.