A arquiteta Milena Fabbrini, formada em design de interiores, concedeu entrevista ao Portal Norte e participou do quadro Norte Entrevista.

No bate-papo realizado na sexta-feira (12), Fabbrini falou sobre a arquitetura da atualidade, os principais desafios do paisagismo e projetos arquitetônicos.

A arquiteta também deu dicas para quem quer mergulhar na profissão.

Veja a entrevista

Aspas de destaque

Paixão pelo paisagismo

“Depois eu fui fazer arquitetura, quis expandir um pouco o olhar, sempre gostei de trabalhar com o belo, o harmônico e dentro da arquitetura, trabalhei em várias áreas, até encontrar realmente o paisagismo, que me encantou até hoje. Então, cerca de 10 anos que eu estou focando a minha atuação no paisagismo. Tanto a parte de projeto, como a parte mão na massa, digamos assim, do plantio, eu tenho bastante vivência, é o que eu gosto de fazer realmente”.

Referências no paisagismo

“A gente tem muitos nomes relevantes, eu diria, no paisagismo, principalmente. Não posso deixar de citar, embora seja um pouco clichê, o Burle Marx, mas ele é um ícone fora do Brasil, inclusive. Tem um paisagista também que é, ele é referência nacional, que eu gosto muito, que é o Orsini. Ele trabalha com maciços, ele tem um pouco desse conceito também do Burle Marx, de trabalhar com grandes maciços, então você repete uma espécie várias vezes formando esses maciços, então você cria um volume interessante que se destaca na paisagem. Mais do que você colocar uma espécie pontualmente, assim, que às vezes some, né, ou um mix de espécies, uma mistura ali que às vezes não deixa a espécie falar por si só. Tem o Hanazaki, que também é uma linguagem bem mais contemporânea, ele tá aí todos os anos na Casa Cor. E o João Jadão, a gente desenvolve muitos projetos em parceria e Catepole, também é um ícone aí que tá expoente no paisagismo. São grandes referências aí para mim nessa arte de projetar.”

Projetos de paisagismo e sustentabilidade

“No paisagismo a gente tem algumas soluções, a gente pensa em paisagismo, você fala tudo vai ser sustentável, mas não é bem assim, porque você pode utilizar espécies que consumam muita água. Teve um projeto que a gente participou e o cliente ia tirar a certificação lead, então a gente teve que ter um olhar de quais espécies, e o uso de espécies nativas é um quesito que conta bastante na sustentabilidade. A Utilização de espécies nativas, utilização de espécies que têm um baixo consumo hídrico também é uma questão importante pensando no uso racional da água. Materiais, que você vai usar, às vezes até para áreas pavimentadas, temos as soluções chamadas de infraestrutura verde como jardins de chuva, limpinheiros”.

Dicas para os futuros profissionais

“A gente tem um livro que a gente fala que é a ‘Bíblia do Paisagismo’, que é do Instituto Plantarum que tem um mix de espécies muito grande ali. A dica é buscar e estudar sempre propicia muito crescimento. Fazer visitas a viveiros e produtores, lá você vê como a muda é plantada, como é vendida, se é em caixa, se é em pote, se vem a muda que corte. Então esse tipo de vivência favorece muito na hora de você também projetar”.

Fabrini destaca que o paisagismo “é muito além da estética, lógico que tem um fator estético, tem da harmonia, de composição, mas tem os aspectos funcionais realmente que ele pode proporcionar, tanto para o meio ambiente como para o ser humano”.

Milena Fabbrini

Milena Fabbrini é arquiteta formada em Design de Interiores e pós-graduada em Arquitetura da Paisagem.

Com mais de 10 anos de experiência, desenvolve projetos paisagísticos nas mais diversas esferas e explica um pouco sobre projetos, carreira, curso e técnicas paisagísticas.

Atuou como docente no SENAC-SP, no curso técnico de Paisagismo, Qualificação Profissional de Jardineiros.