O Norte Entrevista conversou com a presidente da Centicoop-DF, Aline Sousa, de 34 anos, para falar sobre sua experiência em ter sido a primeira mulher negra a colocar a faixa em um presidente da república, no dia da posse em 1º de janeiro de 2023.
Casada e mãe de sete filhos, a brasiliense começou a ser catadora de recicláveis aos 14 anos.
Agora, ela cumpre o terceiro mandato como presidente da Central das Cooperativas de Trabalho de Catadores de Materiais Recicláveis do DF (Centcoop).
Na entrevista, ela fala sobre sua trajetória de vida, dos desafios à frente da Centicoop e sobre os pontos positivos e negativos em ter sido a responsável por colocar a faixa presidencial em Lula (PT), durante a posse do presidente no ano passado.
“Eu tive que ser um instrumento para fazer a nossa categoria visível através dessa nobreza da Janja e do Lula”, destacou.
Aline também afirma que após a posse presidencial os catadores começaram a ser ouvidos.
“Foi demanda para pessoas ouvirem as nossas pautas, portas que nunca se abriram pra gente, assim, no ponto de vista de apenas nos ouvir”, disse.
Por outro lado, ela afirma que sofreu ataques e ameaças nas redes sociais, e isso foi algo que afetou toda a família.
“Eu me tornei vítima das redes sociais, de haters* que ficaram falando que era uma farsa, que eu não era catadora. Pegaram uma viagem que eu tinha feito de um projeto do cooperativismo através de emenda parlamentar da deputada federal Bia Kicis, pegaram esse meu vídeo e fizeram uma montagem dizendo que eu fui catar lixo na Europa”, lembrou.
* A tradução literal seria “odiadores”. Trata-se das pessoas que, na internet, escrevem ou publicam vídeos contra quem consideram merecedores de ódio e repúdio.
