A ponte que caiu no Amazonas e matou 4 pessoas, no dia 28 de setembro, chegou a receber nota 4 do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), de máximo de 5.

A avaliação consta em uma ficha de inspeção técnica, segundo apurou a Folha de S. Paulo. Além de quatro mortes, o desabamento da ponte na BR-319 deixou 14 feridos e um desaparecido.

Recentemente, o Dnit apresentou respostas a questionamentos do Ministério Público Federal (MPF).

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Pela nota atribuída, o entendimento era que não havia sinais de “insuficiência estrutural” e que a obra não tinha “problemas importantes”, sem “nada a fazer” em termos de ações corretivas.

“A referida ponte sobre o rio Curuçá possuía a nota 4, de um máximo de 5, conforme sua ficha de inspeção técnica”, disse em ofício o Dnit ao MPF.

Ficha técnica da ponte que caiu no Amazonas

A ficha com a nota e uma explicação técnica sobre a mesma foram enviadas anexadas em documento à Procuradoria.

Segundo o Dnit, uma ponte com nota 4 tem “alguns danos”, mas sem sinais de que comprometam sua estrutura; requer apenas serviços de manutenção, sem ação corretiva; e tem boas condições de estabilidade.

Não foi esta a realidade encontrada por técnicos de empresas contratadas pelo Dnit na véspera do desabamento.

Num relatório, os técnicos apontaram situação crítica de pontos da estrutura e riscos aos motoristas.

Os fiscais encontraram deficiências estruturais no bueiro e trincas e fissuras nos pilares próximos.

No começo da tarde do dia 27 de setembro, foi feito um serviço de “aterro da galeria no encabeçamento sul da ponte”, conforme a resposta do Dnit ao MPF.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) foi acionada para um controle do tráfego na região, diante dos problemas detectados na ponte do rio Curuçá.

O tráfego começou a ser controlado em meia pista pela com travessia apenas de veículos leves”, disse o Dnit ao MPF.

No começo da manhã do dia 28 de setembro, a ponte desabou.

Outra nota

À Folha, diferentemente do que consta na ficha técnica de inspeção, o Dnit informou que a nota da ponte era 3.

“Haveria danos gerando alguma insuficiência, mas não há sinais de comprometimento da estabilidade da obra, disse.

Investigação

A Procuradoria investiga a queda de duas pontes na BR-319 num intervalo de dez dias.

Cobrado a se explicar, o órgão do governo federal apresentou respostas a questionamentos do MPF no dia 20 de outubro.

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Outra ponte também caiu

Uma outra ponte, no Km 25, antigo KM 12, também na BR-319, no interior do Amazonas, caiu no dia 8 de outubro, noite de sábado, horas após a interdição do trecho.

A ponte que desabou apresentava rachaduras e risco de desabamento

O desabamento da segunda ponte no Amazonas ocorreu onze dias depois e a 2 Km de distância da ponte sobre o Rio Curuçá.

Tarifa no transporte

Uma portaria definiu os valores a serem praticados no Serviço Público de Transporte Rodoviário Intermunicipal Coletivo de Passageiros, nas localidades afetadas pelo desabamento de duas pontes em Careiro da Várzea, na BR-319.

A Portaria n° 052/2022 foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE), de segunda-feira (17), pela Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados e Contratados do Amazonas (Arsepam).

O ato administrativo do órgão compreende três trechos completos: Porto do Careiro da Várzea – Careiro Castanho (R$ 30); Porto do Careiro da Várzea – Autazes (R$ 35); e Porto do Careiro da Várzea – Purupuru (R$ 15).

Os valores são cobrados individualmente.

A medida foi adotada para coibir a cobrança abusiva no preço da passagem, o que poderia causar mais prejuízos para a população que transita pelas localidades.

Segundo a Arsepam, o descumprimento da portaria acarretará na aplicação das sanções cabíveis, como pagamento de multa no valor de até R$ 4.636,42.