No início do ano de 2021, no pico da Covid-19 no Amazonas, o estado tinha uma das menores taxas de disponibilidade de leitos do país.

A revelação é da Síntese de Indicadores Sociais 2022, divulgada na sexta-feira (2), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Ela aborda a evolução da mortalidade no Brasil e suas principais causas, segundo grupos populacionais específicos, em 2021 e anos anteriores.

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Leitos no AM: antes e depois da Covid-19

Os leitos hospitalares se dividem em dois grandes grupos, leitos de internação e leitos complementares.

No Amazonas, observa-se que a quantidade de leitos de internação se reduziu entre 2010 e 2017, passando de 5.935 para 5.669 leitos.

A partir de 2018, este número volta a crescer, tendo alta mais expressiva nos primeiros anos da pandemia de Covid-19, 2020 e 2021, quando alcança quantidade superior a 2010 (6.025).

Contudo, apesar do crescimento do número de leitos nos anos de pandemia de Covid-19, o número mensal médio de leitos de internação por 10 mil habitantes vem caindo ao longo dos anos, sem apresentar recuperação em relação a 2010, quando a média era de 16,7 leitos para cada 10 mil habitantes.

Em 2021, a média era de 14,1. A média mensal de disponibilidade de leitos para internação no Amazonas é uma das menores do país, sendo superior apenas a de Sergipe (10,4) e igual a de São Paulo (12,1).

Dentre os 6.025 leitos para internação do Amazonas, 5.187 eram disponíveis pelo SUS, média de 12,1 leitos para cada 10 mil habitantes.

Os leitos não-SUS apresentaram oscilações na última década e, mesmo na pandemia, tiveram apenas pequena variação positiva, partindo de 786 leitos, em 2019, para 789, em 2020, e para 838, em 2021.

Em 2010, a média de leitos para cada 10 mil beneficiários de planos privados era de 33,6; em 2021, era de 17,6, menor média da série histórica e também a menor oferta de leitos por beneficiários do Brasil.

Em relação aos leitos complementares, houve um aumento na última década, tendo sido bastante significativo em 2020, cerca de 266 leitos a mais em relação a 2019, e em 2021 foram 371 leitos a mais em relação a 2020, o que totalizou 1.545.

A maior parcela dos leitos esteve relacionada diretamente ao enfrentamento da pandemia.

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Tomógrafos

O número de tomógrafos, segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), era de 2.679 em 2010 e cresceu constantemente até 2021, com 5.595 unidades.

A taxa por 10 milhabitantes cresceu de 0,14 em 2010 para 0,26 em 2022.

Ao mesmo tempo, diferenças regionais se mostraram muito relevantes no ano mais recente da série, com as menores taxas nos Estados do Amazonas e de Roraima, ambas com 0,11 tomógrafo por 10.000 habitantes, e as maiores em Mato Grosso (0,37) e no Distrito Federal (0,62).

Em 2019, havia 23 tomógrafos computadorizados disponíveis no SUS, no AM. Em 2020, 24, e em 2021, 25.

Ou seja, mesmo com a pandemia de Covid-19 e a necessidade de mais tomógrafos, não houve variação significativa de disponibilidade do equipamento, no Estado.

Unidades de Saúde

A quantidade média mensal de estabelecimentos de saúde apresentou crescimento de unidades ao longo dos anos, com pequena retração em 2017, chegando a 2.668 unidades, no Amazonas, em 2021.

Da mesma forma, a quantidade de estabelecimentos de atendimento ambulatorial do SUS apresentou aumento ao longo da última década, alcançando 1.233 unidades, em 2012.

Já os estabelecimentos particulares tiveram crescimento ao longo da década, com exceção dos anos 2017 e 2018, quando houve retração.

Em 2021, os estabelecimentos alcançaram o maior número já registrado, 1.025, na média mensal.

Estabelecimentos de internação pelo SUS

Quanto à quantidade média mensal de estabelecimentos de internação pelo SUS, houve um leve aumento em 2020, com a pandemia, partindo de 101, em 2019, para 107, em 2020, e alcançou 111, em 2021, no Amazonas.

Os estabelecimentos de internação particular também tiveram aumento de 2019 (14) para 2020 (19), alcançando 21 estabelecimentos em 2021.

Mesmo com a alta, o número não alcança a oferta de estabelecimentos de 2015 (25).

Número de profissionais de saúde

Houve aumento do número mensal médio de profissionais nos últimos anos no Amazonas, especialmente nos anos da pandemia.

Foram 252 médicos a mais, em 2020, com relação a 2019, e 186 a mais, em 2021, frente a 2020.

Média de 9,9 médicos para cada 10 mil habitantes, número superior apenas às médias do Pará (7,9), Amapá (9,2) e Maranhão (7,8).

Em 2019, havia 4.242 enfermeiros no Amazonas, passando para 4.890, em 2020 foram 648 a mais, e para 5.676, em 2021 foram cerca de 786 a mais, em relação a 2020.

Já os técnicos e auxiliares de saúde eram 14.229, em 2019, passando para 15.312, foram 1.083 a mais em 2020, e para 16.369, em 202, cerca de 1.057 a mais frente a 2020.

Mortalidade

Em 2010, ocorreram 13.300 óbitos no Amazonas e, em 2021, 28.853, representando um aumento de 216,9%, enquanto a taxa de mortalidade, obtida pelo número de óbitos dividida pela população, aumentou de 3,7 para 6,8 para cada mil habitantes, entre os dois anos.

Dentre os óbitos por infecção por coronavírus, observa-se que, em 2021, as vítimas foram mais os homens, cerca de 4.668 óbitos do sexo masculino, enquanto as mortes em mulheres foram 3.729 no Estado.

Por cor ou raça, observa-se mais óbitos de pessoas pretas ou pardas cerca de 3.414 homens e 2.611 mulheres, do que de pessoas brancas, cerca 1.002 homens e 931 mulheres, o que reflete a realidade do Amazonas, que possui maior proporção de pretos e pardos na população total de 83,0%.