A pesca ilegal e insustentável, a exploração de combustíveis fósseis, a crise climática e as doenças estão levando espécies marinhas à beira da extinção.

É o que revelou neste mês a mais recente atualização da Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza , International Union for Conservation of Nature,da sigla em inglês (IUCN), divulgada durante a Convenção sobre Diversidade Biológica, a COP15, que está sendo realizada no Canadá.

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Crise climática

Mais de 42 mil espécies marinhas podem ser extintas em um futuro próximo, de acordo com o órgão de conservação global.

A declaração da IUCN, divulgada na sexta-feira (9), aponta que a atividade humana tem ameaçado a sobrevivência de espécies marinhas e fechado a perspectiva de sua prosperidade.

“A atualização da Lista Vermelha da IUCN revela uma ‘tempestade perfeita’ de atividade humana insustentável dizimando a vida marinha em todo o mundo”, afirmou Bruno Oberle, diretor-geral da IUCN, ao apresentar a atualização.

“Enquanto o mundo olha para a Conferência de Biodiversidade da ONU em andamento para definir o curso para a recuperação natural, simplesmente não podemos falhar”, acrescentou Oberle.

Existem agora 150.388 espécies incluídas na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN.

A Lista Vermelha atua como um indicador crítico do estado da biodiversidade mundial.

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Das 150.388 espécies na lista, 42.108 espécies estão ameaçadas de extinção.

A União Internacional para a Conservação da Natureza indica que mais de 1.550 dos 17.903 animais e plantas marinhos avaliados estão em risco de extinção, “com a mudança climática impactando pelo menos 41% das espécies marinhas ameaçadas”.

Especialistas avaliam que a Lista Vermelha da IUCN, em termos de ameaça à vida marinha, reflete o engano da humanidade em perceber os oceanos como fontes inesgotáveis de vida.

A maior parte da biosfera da Terra, 99% de todo o espaço habitável em nosso Planeta, está debaixo d’água.

Há a expectativa de que um novo Marco Global da Biodiversidade, Global Biodiversity Framework, da sigla em inglês (GBF) determine a necessidade de conservação de pelo menos 30% das áreas terrestres e marinhas até 2030.

“Será preciso discutir como isso se dará por país, por exemplo, e como isso se concretizará em termos de financiamento para os megadiversos que promoverem a conservação das áreas”, explica Henry de Novion, consultor do Instituto Arapyaú especializado em Digital Sequence Information (DSI), que são os dados derivados de recursos genéticos da biodiversidade.