Um grupo de fazendeiros e empregados de fazendas “invadiram” um acampamento montado na Bahia.
A ação ocorreu em uma área invadida pelo Movimento dos Sem Terra (MST) para exigir a saída dos invasores, na tarde da última sexta-feira (3), em Jacobina, interior da Bahia.
Houve ameaça de confronto, evitado com a chegada da Polícia Militar.
+ Envie esta notícia no seu WhatsApp
+ Envie esta notícia no seu Telegram
Em menor número, os sem-terra saíram do local, mas acamparam em outro ponto da propriedade.
Fazendeiros x MST
A Fazenda Limoeiro é uma das quatro propriedades rurais invadidas na segunda-feira (27), pelo MST.
Na primeira onda de ocupações coordenada pelo movimento durante o novo governo do presidente Lula.
As outras três, no sul do Estado, pertencem à empresa Suzano e duas delas já tiveram liminares de reintegração de posse concedidas pela Justiça.
A família Pires, proprietária da Limoeiro, também entrou com ação de reintegração, mas ainda não houve decisão judicial.
Os proprietários e empregados de fazendas se organizaram em sindicatos rurais da região e se dirigiram à fazenda invadida em um comboio de carros e caminhonetes.
Até um ônibus foi mobilizado para o transporte.
RELACIONADAS
Conflito entre MST e Suzano contará com atuação de Paulo Teixeira
Conflito de terra
Com o carro de som, os ruralistas pediram que os sem-terra deixassem a área para evitar um conflito.
A PM enviou várias viaturas para o local. Os policiais formaram uma barreira entre os manifestantes e os sem-terra.
Parte dos produtores mobilizados na manifestação decidiram permanecer acampados na fazenda. Viaturas da PM também permanecem no local.
De acordo com o dirigente nacional do MST no Estado, Evanildo Costa, para evitar conflito, os sem-terras retiraram os barracos e deixaram o local, mas acamparam em outro ponto da fazenda.
Ele disse que o clima continuava tenso na região. O MST alega que a fazenda é improdutiva.
Neto dos proprietários, Felipe Pires disse que a propriedade dos seus avós tem forte tradição em pecuária.
Na quarta-feira (1º), a Federação de Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb) enviou ofício ao secretário de Segurança Pública, Marcelo Werner, pedindo providências com relação à invasão da Limoeiro.
Na sexta, a federação informou que a intervenção dos produtores rurais em defesa da Fazenda Limoeiro foi pacífica,
Há um clima de desconfiança do setor sobre a garantia de segurança jurídica no campo.
As invasões, com dois meses de governo, contrariam o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na campanha.
O petista chegou a dizer que o MST não ocupava propriedades produtivas, como são as áreas da Suzano.
Lula acena ao agro
O presidente Lula visitou também na sexta, Rondonópolis, no Mato Grosso do Sul.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro também esteve presente na cidade, que é uma das maiores processadoras de soja do país.
A ação foi vista pela liderança do agronegócio mato-grossense como um sinal de paz.
Petista participou de encontro com presidentes das principais associações do setor.
A conversa foi vista como amistosa e objetiva.
O petista indicou ainda convocar reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o ministro da Agricultura para viabilizar as promessas.