Ampliar a área protegida da Mata Atlântica pode ajudar a conversar os cervídeos ameaçados de extinção.

É o que revela uma pesquisa publicada por brasileiros no Journal for Nature Conservation.

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Mata Atlântica

Altamente dependentes das florestas, visados pela caça e vitimados por ataques de cachorros domésticos e doenças do gado, os cervídeos da Mata Atlântica estão em sua maior parte vulneráveis à extinção.

A conservação de 484 quilômetros quadrados (km2), ou 2% do total da área do bioma, pode ser suficiente para manter as populações das três espécies brasileiras que vivem nessas matas.

Pouco menos de 50% dessas áreas já possuem alguma proteção legal.

O grupo de autores, que inclui pesquisadores das universidades federais da Integração Latino-Americana (Unila), em Foz do Iguaçu, e do Paraná (UFPR), concluiu que 56,8% das áreas que deveriam ser prioritárias para preservação não estão dentro de unidades de conservação.

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A outra parte está dentro de unidades de conservação mais ou menos restritivas, como reservas biológicas e parques nacionais (20,7%), no primeiro caso, e Áreas de Proteção Ambiental (APAs), no segundo, que totalizam 19,9%. Uma pequena porção (2,6%) está em Terras Indígenas.

Para chegar a esses valores, os pesquisadores mapearam todas as áreas onde o veado-mateiro (Mazama rufa), o veado-mateiro-pequeno (Mazama jucunda) e o veado-mão-curta (Mazama nana) ocorrem na Mata Atlântica, seja no Brasil, na Argentina ou no Paraguai.

No mapeamento, foi considerada a presença de florestas e de condições bioclimáticas para a sobrevivência das espécies

Além disso, o grupo considerou a área mínima para a viabilidade de populações de cada espécie (120 km2).

Acrescentou-se no mapa, ainda, uma parte de áreas teoricamente adequadas para os animais, mas que ainda não possuem registros de ocorrência.

“Como não se pode ter certeza de que as espécies ocorrem ou não, esses territórios tiveram seu peso reduzido no mapeamento”, contou o pesquisador Oliveira.