Cerca de 96% da humanidade testemunhou mudanças climáticas e sentiram o impacto do aquecimento global nas temperaturas entre setembro de 2021 e outubro de 2022.

É o que revelou no dia 27 de outubro o relatório do Índice de Mudança Climática (CSI), criado pela organização sem fins lucrativos Climate Central.

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Mudanças climáticas

A pesquisa revela que, mesmo sem ter reparado ou não, cerca de 7,6 bilhões de pessoas sofreram inevitavelmente com o aumento da média global de temperatura, entre setembro de 2021 e outubro de 2022, em 1.021 cidades analisadas.

Cientistas usaram sete décadas de dados diários de temperatura do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo (ECMWF) e duas dúzias de modelos climáticos para desenvolverem o CSI.

O índice calcula a probabilidade de que o clima excepcionalmente quente em um local e dia específico seja devido ao aquecimento global.

A ferramenta é baseada na razão entre a atual frequência local de uma determinada temperatura diária e a frequência estimada dessa temperatura em um mundo sem mudanças climáticas causadas pelo homem.

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O relatório sobre o índice revela que pelo menos 200 milhões de indivíduos ao redor do mundo sentiram a “impressão digital” da mudança climática em cada um dos 365 dias analisados.

A exposição global às mudanças no clima atingiu o pico em 9 de outubro de 2021, quando mais de 1,7 bilhão de pessoas (mais de 20% da população global) experimentaram temperaturas pelo menos 3 vezes mais prováveis ​​devido às interferências humanas.

A maior influência foi entre pessoas que vivem perto do equador, cidadãos de regiões tropicais e pequenas ilhas desproporcionalmente impactadas.

No período, México, Brasil, África Ocidental e Oriental, Península Arábica e o Arquipélago Malaio experimentaram o maior impacto nas temperaturas.

Entenda o Índice de Mudança Climática (CSI)

O CSI apresenta 11 níveis, sendo cinco positivos, cinco negativos e um representando nenhuma mudança climática.

Entre as mais de mil cidades analisadas, 26 tiveram pelo menos 250 dias com níveis de 3 ou mais, sendo todas elas no leste da África, no arquipélago malaio, no México, no Brasil e em pequenos estados insulares em desenvolvimento no Caribe e na Oceania.

As duas principais cidades em termos de pontuações médias diárias do CSI foram Apia, em Samoa, e Ngerulmud, em Palau, ambas na Oceania.

Os locais têm um índice de 4,5, significando que a temperatura se tornou pelo menos 4,5 vezes mais provável devido às mudanças climáticas.

Os municípios também tiveram o maior número de dias totais com pontuações CSI de 3 ou mais: 331 e 328 dias, respectivamente, mais de 90% dos 365 dias analisados.