As doenças crônicas podem ser tratadas com a ajuda de plantas amazônicas, segundo estudo desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
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A descoberta de moléculas ativas retiradas de plantas amazônicas pode ajudar no tratamento e prevenção de doenças crônicas como diabetes, obesidade, câncer, artrite, esteatose hepática e cicatrização de úlceras por pressão.
A pesquisa teve como objetivo isolar substâncias em escalas de gramas a partir de plantas amazônicas como: milenona (breu), berjenina (uxi amarelo), lupeol e o hidróxido de genona (cipó miraruira).
Os pesquisadores trabalharam para planejar a síntese de derivados, sintetizar, caracterizar quimicamente os protótipos e os derivados.
Além disso, foram preparadas formulações farmacêuticas capazes de potencializar o efeito das substâncias e, também, estudados o potencial e modelos in vitro e in vivo dessas doenças crônicas.
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Segundo o coordenador da pesquisa, Emerson Silva Lima, foram realizados ensaios, antioxidantes, anti-inflamatório, antiglicante, inibição de enzimas digestivas e citotoxicidade.
Ainda conforme o pesquisador, as substâncias mais promissoras desta etapa foram submetidas aos ensaios de formulação visando ao desenvolvimento de formulações que aumentem o efeito in vivo.
“A descoberta de moléculas ativas para o tratamento ou prevenção dessas doenças crônicas é um caminho importante para o desenvolvimento do Amazonas, com a produção de princípios ativos provindos da biodiversidade amazônica para a indústria farmacêutica mundial”, destaca Emerson.
Ele também reforçou que as formulações contendo as substâncias mais promissoras foram testadas em modelos de diabetes, obesidade e câncer in vivo.
O projeto “Isolamento de moléculas ativas da biodiversidade amazônica para o tratamento de doenças crônicas” faz parte das linhas de pesquisa dos grupos de produtos naturais e análises clínicas, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Ufam.
O processo ainda é realizado e, de acordo com o pesquisador, dependendo das substâncias que precisam estar numa formulação para melhorar a absorção e a biodisponibilidade ou um derivado dela semissintético, precisa ser modificada na molécula para que possa ser patenteada e despertar interesse da indústria.
Segundo o pesquisador, os pacientes terão acesso ao tratamento a partir da obtenção do produto por uma indústria local, nacional ou internacional.
“O papel da universidade é gerar o conhecimento, mas quem coloca o produto no mercado é uma empresa para o acesso da população”, ressaltou.
Doenças crônicas no AM
Recentemente, a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas Drª Rosemary Costa Pinto divulgou que o Amazonas apresenta um total de 2. 675 de mortalidade prematura de indivíduos, com idade de 30 a 69 anos. Dados são de janeiro até setembro deste ano.
Conforme o levantamento, as mortes são provocadas pelo conjunto das quatro principais doenças crônicas não transmissíveis: doenças do aparelho circulatório; neoplasias malignas; doenças respiratórias crônicas e diabetes mellitus, atualizados em setembro de deste ano. Em 2021, a taxa de mortalidade foi de 4.179.