Cem imóveis rurais concentraram mais da metade da exploração ilegal de madeira na Amazônia brasileira.
A apuração ocorreu entre imóveis com Cadastro Ambiental Rural (CAR), de agosto de 2020 a julho de 2021.
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Conforme o estudo, a categoria respondeu por 70% das áreas exploradas sem autorização no período.
Os dados são do relatório “Mapeamento da exploração madeireira na Amazônia”, lançado pela Rede Simex durante a COP27, em Sharm El-Sheikh, no Egito.
O estudo identificou e mapeou um total de 377.624 hectares de florestas nativas explorados para fins madeireiros no período em seis dos nove estados da região.
A exploração ilegal ocorreu em áreas no Acre, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Roraima.
No Amapá, a análise foi impossibilitada pelo alto percentual de cobertura de nuvens nas imagens de satélite.
Mato Grosso respondeu por 73% do total, seguido pelo Pará (15,1%), Rondônia (4,3%), Amazonas (4%), Acre (2,9%) e Roraima (menos de 1%).
Segundo o estudo, a análise da legalidade mostrou que do total de área de extração de madeira no período, 235.196 hectares (62%) foram explorados mediante autorização de exploração florestal emitida pelos órgãos competentes.
No entanto, outros 142.428 hectares (38%) ocorreram de forma não autorizada, ou seja, se classificam como exploração ilegal.
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Exploração ilegal
A exploração ilegal madeireira, conforme o documento, ocorreu principalmente em imóveis rurais cadastrados (72%).
Na sequência aprecem terras indígenas (11%), vazios fundiários (9%), unidades de conservação (4%), assentamentos rurais (3%) e terras não destinadas (1%).
Segundo Rede Simex, nos imóveis rurais cadastrados, a exploração não autorizada ocorreu de forma concentrada, sendo que 100 imóveis responderam por 52% da área explorada ilegalmente nessa categoria.
A concentração também se reproduz quando se considera o ranking por municípios.
Conforme o estudo, os 10 campeões da ilegalidade responderam por 49% de toda a extração não autorizada no período.
Oito municípios estão localizados em Mato Grosso e dois no Amazonas.
“A ocorrência e a concentração da ilegalidade na exploração madeireira mostram como ela caminha lado a lado com a legalidade na Amazônia brasileira”, diz trecho do estudo.
A madeira explorada na área não autorizada precisa de documentação das áreas autorizadas para ser esquentada e movimentada.
A situação acarreta prejuízos ambientais, sociais e econômicos, porque desvaloriza a madeira produzida por manejo florestal sustentável e impede a garantia de origem legal da madeira brasileira para o mundo.