O atendimento médico oferecido às crianças de menos de 13 anos no Brasil está abaixo do recomendável, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O dado, revelado por meio da Pesquisa Nacional por Amostragem (PNAD) Contínua: Atenção Primária à Saúde, foi divulgado nesta quarta-feira (21).

+ Envie esta notícia no seu WhatsApp

+ Envie esta notícia no seu Telegram

A pesquisa sobre atendimento médico infantil apresenta um novo indicador, o PCATool, que avalia os atributos das consultas na atenção primária. A escala vai de 0 a 10.

Conforme o IBGE, um escore acima de 6,6 indica que os serviços atendem com qualidade. Para o Brasil, o escore geral obtido no ano passado foi 5,7.

Atendimento médico nos estados

Nenhum Estado atingiu um escore do PCATool igual ou superior a 6,6. O indicador avalia o atendimento médico na atenção primária por meio de consultas.

As Unidades da Federação com os maiores escores são: Mato Grosso (6,4), Distrito Federal (6,1), Santa Catarina (6,1), Rio Grande do Sul (6,0) e Paraná (6,0).

O módulo Atenção Primária à Saúde da PNAD Contínua 2022 incorporou ainda outro indicador inédito para a avaliação dos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS).

O novo indicador é o Net Promoter Score (NPS) e o escore já é usado no serviço privado e avalia não apenas a consulta médica, mas para qualquer tipo de contato com uma Unidade Básica de Saúde ou Unidade de Saúde da Família.

RELACIONADAS

+ Covid: nº de crianças de até 2 anos hospitalizadas é maior que 2021

+ Covid-19: bebês com comorbidades começam a ser vacinados em Manaus

+ Ministério da Saúde promove audiência pública para discutir vacinação infantil

Em 2022, 31,5 milhões de crianças menores de 13 anos (82,9% do total dessa faixa etária) utilizaram algum serviço da Atenção Primária à Saúde nos 12 meses anteriores à entrevista.

O dado evidencia o alcance do SUS e é avaliado pelos responsáveis das crianças, que atribuíram notas de 0 a 10 a esse atendimento.

Os tipos de atendimentos investigados incluíram o acesso a qualquer profissional de saúde para realização de consultas, exames, vacinação, nebulização, entre outros.

O total de 19,4% dos entrevistados atribuiu nota de 0 a 6 ao atendimento, indicando que o serviço prestado não foi considerado satisfatório.

Por outro lado, outros 33% deram notas 7 e 8 ao atendimento; e 47,6%, notas 9 e 10, para o atendimento médico avaliado na pesquisa.

Os cuidadores das crianças relataram que os principais motivos para o atendimento foram: consulta de rotina, 39,1% e problemas respiratórios ou de garganta, 30,9%.

Na sequência aparecem outros motivos, como febre, diarreia, vômito ou outros problemas gastrointestinais, acidentes, fratura, lesão, machucado, alergias e outros, com 30,0%.

Perfil das crianças

No perfil sociodemográfico há um equilíbrio entre o sexo masculino (51,1%) e o feminino (48,9%). O público é de 4,1 milhões de crianças.

São crianças menores de 13 anos que realizaram mais de uma consulta médica nos últimos 12 meses em unidade de saúde da Atenção Primária à Saúde no SUS.

A distribuição etária apresentou diferenças mais significantes: crianças com até 6 anos (61,3%) e de 7 a 12 anos (38,7%).

A cor ou raça da criança foi predominantemente preta ou parda (59,7%), seguida da branca (39,4%).

A pesquisa também apresentou diferenças regionais onde o maior porcentual de crianças pretas ou pardas se concentrava nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Já o de crianças brancas estava concentrado nas regiões Sudeste e Sul, conforme a Pnad que apura sobre o atendimento médico infantil.