O ex-estudante de medicina Marcos Vitor Aguiar Dantas, condenado a 33 anos, oito meses e sete dias de prisão em regime fechado pelo estupro de duas meninas em Teresina, foi preso nesta quarta-feira (18) na cidade de Mar del Plata, Argentina.
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Conforme a Polícia Civil do Piauí (PC-PI), Marcos estava foragido da justiça piauiense há mais de 1 ano e meio.
O homem estava usando identidade falsa na Argentina.
“Diante de novas informações de que Marcos Vitor estaria residindo na cidade de Buenos Aires, apresentando-se com nova identidade, foram realizadas diligências de campo e em ambiente cibernético, que resultaram na localização, confirmação de identidade e prisão do investigado”, informou a Polícia Civil.
Conforme a Polícia PC-PI, diligências eram realizadas de forma contínua com objetivo de cumprir o mandado de prisão expedido pelo Poder Judiciário.
“Quando chegou a informação do paradeiro dele em outro país, a gente representou pela inclusão dele na Difusão Vermelha, um órgão que engloba mais de 190 polícias judiciárias. Depois de o nome dele estar incluso, qualquer polícia membro da Interpol pode dar cumprimento ao mandado de prisão expedido contra um indivíduo”, contou o delegado Yan Brayner.
O estuprador foi preso em frente a um shopping bastante conhecido na Argentina e, segundo a polícia, não reagiu à prisão.
A prisão foi confirmada na manhã desta quinta-feira (19) pela Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI).
Ainda segundo a Polícia, o ex-estudante chegou a viver em Buenos Aires, onde morava em um hostel e trabalhava como garçom em um restaurante. Após a condenação, ele se mudou para Mar del Plata.
“Ele tinha uma vida tranquila na cidade de Buenos Aires, tinha até um trabalho, mas quando saiu a condenação, acredito que isso mexeu com o emocional dele, ele mudou pra uma nova cidade, Mar del Plata, que é onde ele foi preso”, disse Anchiêta Nery.
A Legislação da Argentina é um pouco diferente da nossa. Uma vez que ele é um preso internacional, ele já fica incomunicável. Falou apenas com o juiz e vai ser oportunizado que ele fale com a defesa técnica”, explicou o delegado.
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Crimes
Os crimes foram denunciados pelas mães das vítimas à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescência (DPCA), em Teresina, em setembro de 2021.
Segundo a polícia, as vítimas, de 3 a 15 anos na época, revelaram os abusos, que ocorriam entre jogos e brincadeiras, principalmente no quarto do estudante, que morava com o pai, a madrasta e as duas irmãs.
Ele estudava medicina em uma faculdade em Manaus.
Após denúncias, Marcos foi expulso do curso e fugiu.
Em mensagem à madrasta, o estudante chegou a confessar o crime e pediu perdão.
Condenação
Em novembro de 2022, o jovem foi condenado pelos estupros contra a prima de 12 anos e a irmã de nove anos.
Pelo estupro de outra irmã, com então 3 anos, o réu foi absolvido.
Pelo crime contra a prima, o juiz Raimundo Holland Moura de Queiroz, da 5ª Vara Criminal de Teresina, determinou pena de 10 anos, 4 meses e 7 dias pelo abalo psicológico e relações domésticas.
Já contra a irmã de nove anos, a pena foi de 23 anos e 4 meses, consideradas além do abalo psicológico, relações domésticas e ser irmão paterno da vítima.
Transferência para o Brasil
Segundo a PC-PI, a Legislação argentina é um pouco diferente da brasileira. Uma vez que o condenado é um preso internacional, ele já fica incomunicável.
“Agora vai iniciar um processo burocrático de extradição, que pode diminuir, tendo em vista que o Brasil e a Argentina fazem parte do Mercosul. Quem deve fazer esse translado será a Polícia Federal brasileira, nos próximos dias, para cidade de Teresina”, completou o delegado Matheus Zanatta.