Com a poluição dos rios, a fuga de animais e a contaminação dos solos, os Yanomami ficam sem fontes e recursos, em Roraima.

Para reverter o quadro severo de desnutrição será necessário oferecer medidas além do fornecimento de alimentação.

Nesses casos graves é necessário realizar uma reintrodução alimentar, que dependendo do grau do caso, pode ser realizada em poucas porções por via oral.

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Há uma semana, no dia 20 de janeiro, foi decretado Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional no território Yanomami.

A população indígena está sofrendo com casos graves de desnutrição e escassez de alimento.

O povo Yanomami possui a maior extensão de território indígena do Brasil, porém as ameaças do garimpo prejudicam suas terras.

A comunidade é historicamente sustentada pela fauna e flora, com o manejo botânico e a caça.

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Realidade Yanomami

Segundo Marco Túlio, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), os surtos de malária agravam a situação.

A doença infecciosa, transmitida por mosquito, quando não tratada adequadamente, pode deixar o doente enfraquecido.

A malária dificulta o ganho de peso, uma vez que provoca vômitos nos infectados.

A pediatra Bruna Abilio, atuante na Associação Médicos da Floresta, falou sobre a situação encontrada durante a expedição de 2022 na área.

Casos de malária, verminoses e tungíase já assolavam a população yanomami, causando fraqueza e lesões no corpo, que os impossibilitavam de atividades.

Em entrevista ao portal Amazônia, a médica falou que a tungíase causa múltiplas lesões dolorosas e abre portas para outras infecções, fazendo com que alguns indígenas percam partes do pé.

Ainda segundo a pediatra, o impacto neurológico da desnutrição nas crianças cria sequelas no desenvolvimento cognitivo.

Como será a reintrodução alimentar?

Os alimentos serão calculados, por um profissional de saúde, conforme o caso de cada indígena.

Nesses casos não são oferecidas grandes porções de alimentação, por conta do risco da síndrome de realimentação.

Pedro Azollini, médico pediatra voluntário da Associação Médicos da Floresta, comenta as reações da síndrome.

“Quando alimentamos muito rápido ou com muita comida, o nível desses minerais, que já é baixo, cai ainda mais, provocando um efeito reverso do desejado”, reforça o profissional.

O paciente também pode apresentar quadro de arritmias, fraqueza muscular, falência cardíaca, convulsão e coma.

Em casos relativamente brandos é permitido a alimentação em porções calculadas.

Nos casos mais graves, os pacientes são encaminhados a hospitais mais estruturados em Boa Vista.