Um terceiro paciente com HIV conseguiu ser curado após um transplante de células-tronco, segundo estudo publicado nesta segunda-feira (20), na revista Nature Medicine.

Conforme o estudo, o homem de 53 anos não apresentar em seu organismo nenhum traço do vírus da Aids.

+ Envie esta notícia no seu WhatsApp

+ Envie esta notícia no seu Telegram

Antes do caso deste paciente da Alemanha, outras duas pessoas com HIV haviam sido curadas, a primeira em Berlim, em 2009 e a segunda em Londres, em 2019.

Conforme o consórcio internacional IciStem, o novo paciente havia recebido um transplante de células-tronco como parte do tratamento para leucemia.

Após essa cirurgia, segundo os pesquisadores, o paciente conseguiu interromper o tratamento que fazia contra o HIV.

Nas análises que as equipes de pesquisa fizeram, não encontraram nem vestígio de partículas virais, reservas virais ou resposta imune contra o vírus.

RELACIONADAS

+ Estudo revela que vacina contra HIV da Janssen não é eficaz

+ Concurso de jingle de Carnaval é lançado pela FVS-RCP no Amazonas

+ MPF aciona Justiça contra veto a pessoas com HIV em concursos do Exército no AM

Células-tronco e HIV

Os três pacientes que conseguiram a cura definitiva da Aids têm o mesmo ponto em comum: sofriam de câncer no sangue.

Todos os participantes do estudo foram tratados com um transplante de células-tronco, que renovou profundamente seu sistema imunológico.

Nos três casos, o doador apresentava uma rara mutação no gene CCR5, que seria, segundo os estudiosos, uma alteração genética que impede o HIV de entrar nas células.

O virologista Asier Sáez-Cirion, um dos autores do estudo, explicou que durante um transplante de medula óssea, as células do sistema imune do paciente são integralmente substituídas por células do doador.

O processo citado pelo médico permite que seja eliminada a grande maioria das células infectadas. Asier reforça ainda que a cura dos pacientes é algo fora do convencional.

“Trata-se de uma situação excepcional quando todos esses fatores coincidem para que este transplante seja um duplo sucesso, tanto para a cura da leucemia quanto do HIV”, enfatizou o pesquisador.

Esperança de cura

Como menos de 1% da população normalmente se beneficia da mutação genética protetora do HIV, ela está em poucos doadores de células-tronco.

Embora os casos façam os cientistas buscarem ter esperança de encontrar uma cura para a Aids, o transplante de células-tronco é um tratamento arriscado.

O tratamento não se adapta à situação da maioria das pessoas com HIV.