Nos últimos dias, a relação entre sexo oral e câncer de garganta viralizou nas redes sociais e causou dúvidas nos internautas sobre as chances do desenvolvimento da doença pelo ato sexual.
Conforme especialistas, o risco é possível.
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A possibilidade ocorre devido à infecção pelo Papilomavírus Humano, o popular HPV, que tem potencial cancerígeno.
Apesar disso, segundo médicos ouvidos pelo Estadão, a relação de causalidade não é regra e há formas de prevenção.
Repercussão: sexo oral e câncer
A repercussão nas redes ocorreu após publicação de um artigo do professor Hisham Mehanna, do Instituto de Câncer e Ciências Genômicas da Universidade de Birmingham, na Inglaterra.
Na publicação, intitulada “Sexo oral é agora o principal fator de risco para câncer de garganta” em tradução livre, o pesquisador relata um “rápido aumento” no câncer de garganta no Ocidente.
Com surpresa e receio, os internautas reagiram ao texto, que foi replicado em perfis de grande alcance no Twitter.
Anônimos e famosos reagiram à divulgação do estudo britânico. A humorista Tata Wernerck comentou a pesquisa com tweet.
Dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos sugerem que cerca de 70% dos cânceres de orofaringe no país estão relacionados ao HPV.
No caso do Brasil, de uma maneira geral, o tabagismo e o consumo abusivo de álcool seguem sendo os principais causadores da doença, segundo Castro Junior, oncologista especializado em cabeça e pescoço do Hospital Sírio-Libanês.
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Relação
Os especialistas em cabeça e pescoço enfatizam que a relação entre o sexo oral e o surgimento de câncer orofaringe não necessariamente é uma sequência universal, por diferentes motivos.
Para além da presença da infecção do vírus em um dos parceiros, a relação está condicionada ao subtipo do HPV.
“A presença do vírus e o desenvolvimento do câncer são exceções, não regra”, complementa Junior.
Uma vez que a principal via de transmissão do HPV são as relações íntimas, outro fator decisivo na relação é o comportamento sexual.
Os médicos destacam que o uso de preservativo, também nas relações de sexo oral, é essencial para prevenir a infecção, assim como outras ISTs.
Vacina contra HPV
Outro elemento decisivo é a vacinação, principal forma de prevenção ao HPV.
O SUS disponibiliza gratuitamente o imunizante, que confere proteção aos HPV de alto risco 16 e 18, responsáveis por grande parte dos casos de câncer ligados ao vírus.
Meninas e meninos de 9 a 14 anos podem tomar a vacina de forma gratuita, além de pessoas com HIV/aids, transplantados e imunossuprimidos, entre 9 a 45 anos.