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Mundo terá calor recorde e redução das chuvas na Amazônia até 2027, diz ONU

O calor poderá diminuir as chuvas na Amazônia - Foto: Foto: Mario Oliveira/ MTUR

O calor poderá diminuir as chuvas na Amazônia - Foto: Foto: Mario Oliveira/ MTUR

Em até 2027, o mundo baterá recorde de calor e a média anual de aquecimento ultrapassará 1.5°C.

É o que revelou nesta quarta-feira (17), o relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM).

Conhecido como Atualização Global Anual para Decadal do Clima, o relatório é produzido pela agência da ONU em parceria com especialistas do Reino Unido.

Na Amazônia, a previsão é de queda do regime de chuvas, com um possível impacto para a agricultura brasileira.

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Nos próximos cinco anos, as temperaturas globais devem bater a marca dos registros atuais por causa dos gases que causam o efeito estufa e do fenômeno El Niño, que está ocorrendo naturalmente.

Há probabilidade de 66% da média anual de aquecimento ultrapassar 1.5°C entre 2023 e 2027.

No relatório, a agência da ONU afirma que existe 98% de chance de um, dentre os próximos cinco anos, ser o mais quente desde o início de registros das temperaturas globais.

Ribeirinho em sua canoa na Amazônia – Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Amazônia

No relatório revela que nos próximos anos marcarão anomalias nos regimes de chuvas em várias partes do mundo, inclusive no norte do Brasil.

“Os padrões de precipitação previstos para 2023 em relação à média de 1991-2020 sugerem uma maior chance de redução de chuvas em partes da Indonésia, da Amazônia e da América Central”, disse o informe.

Para os próximos cinco anos, as previsões de precipitação mostram anomalias de umidade no Sahel, norte da Europa, Alasca e norte da Sibéria, e anomalias de seca para essa estação na Amazônia e oeste da Austrália. O Sul do Brasil também será afetado. 

Uma mulher com um guarda-chuva caminha na chuva em um campo. À esquerda está um arco-íris – Foto: Divulgação/OMM

Patamares desconhecidos

O secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, disse que o relatório não significa que a humanidade estará permanentemente excedendo a marca de 1.5°C, especificada no Acordo de Paris sobre Mudança Climática, mas sim um alarme de que este limite será rompido com maior frequência, no futuro.

O documento aponta uma probabilidade de 66% da temperatura média anual próxima à superfície global entre 2023 e 2027 ultrapassar os níveis pré-industriais de 1.5°C por pelo menos um ano.

Um outro fator é que o fenômeno El Niño, que deve evoluir nos próximos meses, apareça num cenário de combinação de mudança climática induzida por seres humanos que levará as temperaturas globais para patamares desconhecidos.

Aquecimento

O relatório também aponta para o aquecimento do Ártico que poderá ser três vezes mais alto que a média global.

Taalas acreditas que esse quadro poderá causar impactos sobre a saúde, segurança alimentar, gerenciamento de mananciais de água e meio ambiente.

E somente por isso, o mundo precisa estar preparado.

Em 2022, a média de temperatura global foi de 1.15°C acima da média de 1850-1900.

A influência de resfriamento das condições do fenômeno La Niña sobre a maior parte dos últimos três anos controlou, temporariamente, uma tendência de aquecimento a longo prazo.

Calor no mundo

Mas o La Niña acabou em março. E o El Niño, geralmente, leva a uma alta das temperaturas globais no ano seguinte à sua formação, e esta conta fecha em 2024.

Comparado ao período de 1991-2020, a anomalia da temperatura provocada pelo aquecimento do Ártico é esperada para ser mais de três vezes maior.

Esse aquecimento está sendo desproporcionalmente mais alto.

Os padrões de precipitação previstos para maio a setembro de 2023 a 2027 se comparados a 1991-2020 sugerem um aumento de chuvas no Sahel, no norte da Europa, no Alasca e no norte da Sibéria.

E uma redução da estação de chuva para a Amazônia e partes da Austrália.

Clima extremo atinge o mar Adriático em Ražanac, na Croácia – Foto:Divulgação/Aleksandar Gospić/OMM

Acordo de Paris

Além do aumento das temperaturas globais, a produção de gases induzidos por mãos humanas está levando a mais aquecimento e acidificação dos oceanos.

Outra consequência é o derretimento de geleiras e gelo do mar, assim como aumento do nível do mar e temperaturas mais extremas.

O Acordo de Paris estabelece objetivos de longo prazo que possam direcionar todos os países para, substancialmente, reduzirem as emissões de gases que causam o efeito estufa limitando o aumento da temperatura neste século a 2°C para evitar ou reduzir os impactos adversos e perdas e anos que ocorrerão deste quadro.

Veja o vídeo:

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