A Polícia Civil de Roraima (PC-RR) informou que a ossada humana encontrada no dia 1º de maio no Distrito Industrial de Boa Vista é de Angelita Prororita Yanomami, de 35 anos.
Ela é ex-nora do líder indígena e escritor Davi Kopenawa.
A morte da mulher foi confirmada nesta quarta-feira (31), pela Hutukara Associação Yanomami (HAY).
Até então, a causa da morte nem as circunstâncias de como foi localizado o corpo, haviam sido informados pelos órgãos oficiais nem pelas lideranças indígenas.
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Segundo informou a Polícia, a vítima foi identificada após investigação científica, por meio de perícia pela odontologia legal.
“Duas famílias compareceram ao Instituto Médico Legal (IML) logo que a ossada foi descoberta. Entretanto, a análise pericial descartou a possibilidade da ossada pertencer a alguma das mulheres reclamadas por essas famílias”, informou em nota.
A investigação para esclarecer a morte da mulher está sendo realizada pela Delegacia Geral de Homicídios.
Organizações lamentam morte de Angelita
O Conselho Indígena de Roraima (CIR) emitiu nota de pesar pela morte de Angelita Prororita Yanomami.
“Angelita era uma das defensoras dos diretos do seu povo, na luta contra o garimpo ilegal, que já vitimou centenas de mulheres e meninas na terra indígena Yanomami. O CIR, manifesta pesar aos familiares e ao povo Yanomami, neste momento de dor e tristeza coletiva”.
O CIR ainda informou que exigirá uma investigação da Polícia Federal, e acompanhamento do MPF, da Funai e Ministério dos Direitos Humanos para uma rápida apuração do caso.
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A Hutukara Associação Yanomami (HAY) também lamentou a morte prematura da indígena e pediu apuração das autoridades sobre o caso.
Por meio de nota, a associação lamentou a morte prematura da indígena e pediu apuração das autoridades sobre o caso.
“A HAY exige que o caso seja investigado e pede justiça. A associação também solicita, encarecidamente, que as imagens de Angelita não sejam difundidas, respeitando a cultura e as tradições do povo Yanomami e o luto da família”, diz nota.
Angelita Prororita era da etnia Yanomami da comunidade Parawau do Baixo Rio Amazonas, tinha 35 anos e deixa uma filha adolescente.
Uma de suas ocupações era como intérprete no Distrito Sanitário Especial Indígena Yanamami (Dsei-Y).