Cerca de US$ 7,25 trilhões por ano (mais de R$ 34,5 trilhões) para subsídios prejudiciais à sociedade poderiam beneficiar ação climática, diz estudo de Banco Mundial.

A pesquisa mostrou que esses recursos governamentais continuam favorecendo setores de atividades econômicas com alto impacto ambiental.

“Os governos estão gastando trilhões em subsídios ineficientes que estão piorando a mudança climática, dinheiro que poderia ser usado para ajudar a resolver o problema”, aponta o estudo.

Em texto do Banco, os subsídios à agricultura, por exemplo, são responsáveis pela perda de 2,2 milhões de hectares de floresta por ano, equivalente a 14% do desmatamento global.

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Além disso, o órgão diz que o uso de combustíveis fósseis, incentivado por esses subsídios, é um dos principais intensificadores das 7 milhões de sortes prematuras a cada ano, devido à poluição do ar.

Já os investimentos à pesca, que passam de US$ 35 bilhões (mais de R$ 166,6 trilhões) por ano, se mostram como um dos principais impulsionadores da redução dos estoques de peixes.

O estudo destaca que, com mais de 1 bilhão de pessoas de baixa renda consumindo grande quantidade de proteína animal do peixe, “é fundamental que os estoques do undo sejam restaurados a um estado saudável”.

“As pessoas dizem que não existe dinheiro para a ação climática, mas há, somente estão nos lugares errados”, declarou Axel van Trotsenburg, Diretor Administrativo Sênior do Banco Mundial.

Mais de 5,9 trilhões são gastos por governos anualmente

O relatório diz ainda que os gastos governamentais diretos são de R$ 1,25 trilhão (mais de R$ 5.9 trilhões) por ano, equivalente ao tamanho da economia do México.

Para custear o consumo de combustíveis fósseis, por exemplo, países gastam seis vezes o que pactuam a mobilizar, anualmente, para energias renováveis e desenvolvimento de baixo carbono.

“Se pudéssemos reaproveitar os trilhões de dólares gastos em subsídios inúteis e colocá-los em usos melhores e mais ecológicos, poderíamos enfrentar juntos muitos dos desafios mais prementes do planeta”, afirmou Axel.

Na área da agricultura, os investimentos diretos contabilizam mais de US$ 636 bilhões (mais de R$ 3 trilhões) por ano, voltados para o uso excessivo de fertilizantes que degradam o solo e a água.

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