A obesidade infantil já chega a ser considerada uma epidemia mundial e um grande risco para as crianças.
No Brasil, o Ministério da Saúde estima que uma em cada 3 crianças esteja nesta condição, ou seja, acima do peso esperado para sua idade, altura e sexo.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 340 milhões de crianças e adolescentes, entre 5 e 19 anos, apresentam sobrepeso e obesidade.
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A endocrinologista pediatra do Sabin Diagnóstico e Saúde, Pietra Moleirinho, alerta para os riscos ocasionados pelo excesso de peso na saúde das crianças.
“O sobrepeso ou a obesidade infantil favorecem o desenvolvimento de muitas outras doenças crônicas, como hipertensão, diabetes, problemas cardiovasculares, articulares e ósseos”, explica.
Além disso, a especialista chama a atenção para a saúde mental das crianças. Questões emocionais podem causar ou agravar a obesidade.
“É importante estarmos atentos à relação com a saúde mental. Distúrbios como ansiedade, depressão e compulsão alimentar podem tanto contribuir para o aumento de peso como ser consequência da situação estabelecida”.
Mas, segundo a endocrinologista, nem sempre a obesidade estará relacionada ao alto consumo de alimentos ou ao sedentarismo.
“Questões hormonais, metabólicas e predisposição genética, associada a hábitos de vida pouco saudáveis, são alguns dos principais fatores para o desenvolvimento da doença”.
Por isso, é importante o acompanhamento médico, que direcionará os exames mais específicos para rastreio de comorbidades associadas, como diabetes, colesterol alto, alterações da tireoide, vitamina D baixa, alterações na função hepática, entre outras.
“O diagnóstico é clínico, mas suas causas precisam ser rastreadas através de testes laboratoriais para descobrir a origem do problema”.
Saúde de crianças
Em crianças, o aumento do peso ainda pode acarretar a puberdade precoce, como explica a consultora médica do Sabin.
“É possível ocorrerem alterações hormonais, antecipando o aparecimento de caracteres sexuais, especialmente, nas meninas. Entre eles estão pelos pubianos, brotos mamários ou a primeira menstruação antes do tempo esperado”, explica.
Para evitar o aparecimento de novos casos de obesidade, ainda na infância, a especialista recomenda, aos pais e responsáveis, um conjunto de boas práticas.
“Manter uma alimentação adequada durante a gestação, amamentar exclusivamente com o leite materno até os seis meses de idade, realizar introdução alimentar baseada em refeições saudáveis, estimular a prática de atividades físicas, não oferecer açúcar até os dois anos e evitar o consumo após essa idade, reduzir ingestão de industrializados, controlar o tempo de uso de aparelhos eletrônicos, combater o sedentarismo, além de realizar o tratamento precoce e adequado de doenças correlacionadas”, pontua.
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