A jornalista Céu Ramos contou sobre a infância violenta que teve por ter nascido com Hiperplasia Adrenal Congênita (HAC), uma condição genética rara que interfere nas glândulas suprarrenais. Isso afeta os hormônios sexuais e a formação da genitália externa.
De acordo com o Universa UOL, ela sabe desde de criança sobre a doença, mas revelou sobre a violência que passou com as inúmeras cirurgias na região da genitália ambígua. Quando ainda era um bebê, Céu passou pela primeira cirurgia em sua genitália. A operação causaria marcas profundas até hoje. Ela diz que só teve conhecimento sobre o ocorrido quando tinha 10 anos, durante uma consulta médica.
Céu chegou a ter depressão na adolescência e lembra que se sentia culpada. “Essas cirurgias danificam o psicológico e o físico das pessoas”, apontou. Ela questionava a necessidade das cirurgias por pressões estéticas em crianças. E diz se sentir violentada e mutilada desde a infância.
Aos 17 anos, Céu foi submetida a outra cirurgia. Na ocasião, os médicos tentaram exteriorizar o que sobrou de seu clitóris, pois a primeira cirurgia a que foi submetida na infância tinha mutilado algumas estruturas da genitália.
Em julho de 2021, ela iniciou seu processo de reconhecimento como “intersexo” na certidão de nascimento, o registro foi obtido no dia 7 deste mês.
Para Céu, isso foi como uma conquista para a dignidade dos direitos humano. “Num futuro muito breve, espero que o Brasil proíba cirurgias intersexo em todo o território nacional e possa resguardar a integridade dessas crianças e famílias”, disse a jornalista.