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Céu Ramos é a 1ª brasileira a conseguir termo “intersexo” na certidão de nascimento

Quando ainda era um bebê, Céu passou pela primeira cirurgia em sua genitália.

Quando ainda era um bebê, Céu passou pela primeira cirurgia em sua genitália. Reprodução: X @liga9090

A jornalista Céu Ramos contou sobre a infância violenta que teve por ter nascido com Hiperplasia Adrenal Congênita (HAC), uma condição genética rara que interfere nas glândulas suprarrenais. Isso afeta os hormônios sexuais e a formação da genitália externa.

De acordo com o Universa UOL, ela sabe desde de criança sobre a doença, mas revelou sobre a violência que passou com as inúmeras cirurgias na região da genitália ambígua. Quando ainda era um bebê, Céu passou pela primeira cirurgia em sua genitália. A operação causaria marcas profundas até hoje. Ela diz que só teve conhecimento sobre o ocorrido quando tinha 10 anos, durante uma consulta médica.

Céu chegou a ter depressão na adolescência e lembra que se sentia culpada. “Essas cirurgias danificam o psicológico e o físico das pessoas”, apontou. Ela questionava a necessidade das cirurgias por pressões estéticas em crianças. E diz se sentir violentada e mutilada desde a infância.

Aos 17 anos, Céu foi submetida a outra cirurgia. Na ocasião, os médicos tentaram exteriorizar o que sobrou de seu clitóris, pois a primeira cirurgia a que foi submetida na infância tinha mutilado algumas estruturas da genitália.

Em julho de 2021, ela iniciou seu processo de reconhecimento como “intersexo” na certidão de nascimento, o registro foi obtido no dia 7 deste mês.

Para Céu, isso foi como uma conquista para a dignidade dos direitos humano. “Num futuro muito breve, espero que o Brasil proíba cirurgias intersexo em todo o território nacional e possa resguardar a integridade dessas crianças e famílias”, disse a jornalista.

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