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Caso Djidja: mãe e irmão lideravam rituais com uso de ketamina

Família de Djidja obrigava pessoas a usarem ketamina em rituais - Foto: Reprodução/Instagram

Família de Djidja obrigava pessoas a usarem ketamina em rituais - Foto: Reprodução/Instagram

A Polícia Civil do Amazonas prendeu a mãe e o irmão de Djidja Cardoso, empresária e ex-sinhazinha do boi-bumbá Garantido, encontrada morta em Manaus. Eles são acusados de liderar um grupo denominado “Pai, Mãe, Vida”, que forçava o uso de cetamina em rituais. A Justiça expediu cinco mandados de prisão preventiva por tráfico de drogas, associação para o tráfico e estupro.

Cleusimar e Ademar Cardoso, mãe e irmão de Djidja, e Verônica da Costa, gerente da rede de salões de beleza Belle Femme, foram presos enquanto tentavam fugir. A polícia os localizou na casa onde Djidja foi encontrada morta, no bairro Cidade Nova, zona norte de Manaus. Na residência, foram apreendidos seringas, anestésicos, medicamentos de uso controlado, frascos de cetamina, computadores e uma mala, que serão periciados.

Os três presos foram levados para o 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP) nesta quinta-feira (30), mas não foram ouvidos durante a noite porque aparentavam estar sob efeitos de drogas. A advogada de defesa, Lidiane Roque, afirmou que seus clientes necessitam de tratamento.

Horas depois, Claudiele Santos da Silva, maquiadora no salão da família, se entregou na sede do 1º DIP acompanhada de um advogado. Ela é investigada com base nos artigos 131 e 284 da Lei 2848, que tratam sobre a prática de transmitir doenças por meio de material contaminado e a administração de substâncias. O advogado de Claudiele afirmou que ela é apenas uma prestadora de serviço do salão e busca provar sua inocência.

Marlisson Vasconcelos Dantas, cabeleireiro da rede Belle Femme, permanece foragido.

Seita e ritual de drogas

A polícia identificou o grupo “Pai, Mãe, Vida” como uma seita que promovia o uso e a comercialização de cetamina em Manaus. O grupo aplicava a substância forçadamente em integrantes e obrigava os funcionários da Belle Femme a participar dos rituais. A cetamina, um anestésico dissociativo, é conhecida por seus efeitos alucinógenos e de euforia quando usada recreativamente.

As investigações indicam que algumas vítimas foram submetidas a violência sexual e aborto. A rede de salões de beleza administrada pela mãe e irmão de Djidja era usada como ponto de distribuição de cetamina. Verônica, Marlisson e Claudiele ajudavam na compra, distribuição e aplicação da substância.

A cetamina ou ketamina era adquirida ilegalmente em uma clínica veterinária na zona oeste de Manaus, onde era guardada e distribuída sem observância das exigências legais.

Morte de Djidja Cardoso

Djidja foi encontrada morta por volta das 6h de terça-feira (28). O corpo passou por exame no Instituto Médico Legal (IML). A causa da morte ainda não foi determinada e aguarda o exame necroscópico.

Nas redes sociais, surgiram comentários sobre o uso de drogas na casa onde Djidja foi encontrada morta. Uma familiar afirmou que a casa havia se tornado uma “cracolândia” e que já haviam tentado internar Djidja, mas foram impedidos pela mãe dela.

Djidja, que tinha 32 anos, revelou meses antes de sua morte que lutava contra a depressão.

Homenagem do Boi Garantido

Familiares, amigos e o Boi Bumbá Garantido prestaram homenagem a Djidja Cardoso durante o velório na quarta-feira (29). O Boi Garantido, representado por Batista Silva, fez uma homenagem emocionada, recriando o carinho que a sinhazinha demonstrava durante o Festival Folclórico de Parintins.

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