A colheita do capim dourado no Jalapão, começou. Liberada pelo Naturatins, responsável pela gestão do Parque Estadual do Jalapão (PEJ) e da Área de Proteção Ambiental (APA), a colheita começou na última sexta-feira (20) e segue até o dia 30 de novembro. ´

O período é estabelecido para garantir a preservação da espécie. Os membros da comunidade realizam a colheita de forma sustentável, como prevê a Lei nº 3.594/2019. Durante o final de semana, entre os dias 21 e 22 de setembro, o campo Brejo do Capão foi o cenário das famílias que mantem a tradição. O local fica a cerca de 60km da comunidade Quilombola Mumbuca.

“Estamos visitando os campos e aproveitado para distribuir alguns pentes, que facilitam a retirada das florzinhas/cabecinhas do capim-dourado, garantindo que a semente fique no local, cumprindo o que está na legislação”, explicou a supervisora da APA, Rejane Nunes.

Artesãos explicam como é feita a colheita do capim dourado

O capim dourado é obra prima do artesanato que hoje é conhecido no mundo todo. Famílias do Mumbuca e da região do Jalapão tiram seu sustento desse material. Por isso, a extração é feita de forma sustentável.

Nesse período de colheita, as famílias celebram o Ouro do Cerrado. A extrativista e artesã, Nina Tavares da Silva, descreveu como são os dias de acampamento, para extrair o capim dourado.

“Ao chegarmos ao acampamento, organizamos tudo com muito cuidado. No dia seguinte, por volta das cinco da manhã, iniciamos o percurso de um quilômetro até o campo de coleta. Permanecemos lá até cerca de dez horas, evitando o calor intenso do sol de setembro. Em seguida almoçamos e retornamos no início da tarde, continuando a colheita até o entardecer”, detalhou Nina.

Nina explicou ainda que as famílias variam o período de permanência no campo e até vão e voltam depois de alguns dias. Isso por conta da maturidade do capim dourado.

“Nós colhemos a matéria-prima somente quando está madura. Às vezes, é necessário esperar de 10 a 15 dias para retornar, pois algumas hastes ainda estão verdes”, explicou a artesã.

O morador do povoado Quilombola Mumbuca, Nataniel Alves, explicou qual a forma correta de realizar a colheita do capim dourado.

“É fundamental deixar a florzinha\cabecinha no solo, pois ela representa o futuro da planta. Se não a dispersarmos, o capim-dourado não se renova, comprometendo a colheita nos anos seguintes. A preservação é essencial para garantir que as futuras gerações continuem a usufruir desse recurso tão precioso”, destacou.

Nos próximos meses, a matéria-prima colhida neste período, será utilizada para a confecção de artesanato, como por exemplo, bolsas, brincos, chapéus. Material este que circula não só em território nacional, mas internacional também.

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