Na próxima terça-feira (15), o Ministério de Minas e Energia deverá decidir se se o horário de verão será adotado ainda em 2024 em alguns estados do País. As informações são da Agência Brasil.

O ministro Alexandre Silveira vai se reunir com sua equipe técnica em Brasília na terça, no prédio do ministério pasta, para discutir a questão. Diante da urgência, Silveira decidiu antecipar em uma semana seu retorno das férias, voltando ao trabalho nesta segunda(14).

“Se houver risco energético, a prioridade será o horário de verão”, afirmou Silveira na semana passada durante viagem a Roma.

O ministro esteve na Itália participando do II Fórum Internacional Esfera. De acordo com Silveira, a reunião foi marcada para esta semana pela necessidade imediata de se decidir sobre o tema, a fim de que os setores impactados possam se preparar adequadamente.

Adoção depende do risco

Silveira enfatizou que, caso a decisão não seja tomada na terça-feira, o Brasil perderia a melhor janela para a implementação da medida, que seria novembro. Ele também explicou que a adoção do horário de verão será feita apenas se houver necessidade de segurança energética, e não simplesmente para economizar energia. “Se não houver risco, a análise será feita com serenidade, levando em consideração o impacto em outros setores da economia”, explicou o ministro.

Silveira reforçou que o horário de verão é uma política pública comum em países desenvolvidos e não deve ser tratado de forma ideológica. “É uma medida que já foi implementada globalmente e foi extinta no Brasil em 2019 de maneira apressada. Nossa decisão será técnica, não política, e sempre pensando no que é melhor para o país.”

Segundo ele, a medida não afetará o segundo turno das eleições, marcado para o final do mês, pois é necessário um prazo de pelo menos 20 dias para que setores essenciais, como o aéreo, possam se organizar.

Condições pluviométricas

O ministro também destacou que as usinas hídricas e hidrelétricas, como Belo Monte, são fortemente influenciadas pelas condições pluviométricas, o que torna o risco de crise hídrica uma preocupação constante.

Ele mencionou que o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) apontou que a crise hídrica atual é a pior em 73 anos. Apesar das ações preventivas, como a redução da vazão de Jupiá e Porto Primavera, que ajudaram a manter 11% de água doce nos reservatórios, o ministro alertou que o planejamento para 2026 já deve considerar esse cenário de escassez.

Ainda segundo Silveira, caso o horário de verão seja necessário, ele será uma medida para garantir energia e segurança ao país, sem causar impactos negativos significativos para o consumidor. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou projeções que indicam incertezas quanto ao início e intensidade do período de chuvas, o que reforça a necessidade de precauções. Para o ministro, o equilíbrio entre segurança energética e modicidade tarifária é fundamental.

A decisão de terça-feira será feita com base em estudos técnicos e no diálogo com diferentes setores da economia, algo que Silveira considera essencial para uma política pública eficaz. Ele afirmou que, ao contrário do governo anterior, sua gestão está comprometida com a previsibilidade e a tomada de decisões embasadas tecnicamente, sem precipitações.