O câncer de orofaringe, também chamado de câncer de garganta, está cada vez mais relacionado ao sexo desprotegido, principalmente ao sexo oral, do que se pensa.
Embora fatores como tabagismo e consumo de álcool ainda sejam relevantes, infecções pelo vírus do papiloma humano (HPV) têm ganhado destaque como uma das principais causas.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o HPV pode ser transmitido durante relações sexuais, incluindo o sexo oral, e está diretamente ligado ao aumento de casos de câncer de garganta nos últimos 20 anos.
HPV e câncer de garganta
O vírus HPV está relacionado a diversos tipos de câncer, incluindo os de esôfago, boca, colo do útero, pênis, ânus e vagina. Esses órgãos estão diretamente envolvidos nas relações sexuais, o que torna a infecção pelo HPV uma questão de saúde pública importante.
O oncologista Hisham Mehanna, da Universidade de Birmingham, alerta que o sexo oral desprotegido está contribuindo para uma “epidemia” de câncer de garganta.
Aumento de casos
O INCA estima que, entre 2023 e 2025, o Brasil terá 15,1 mil novos casos de câncer na cavidade oral, incluindo tumores de lábio, boca e garganta. Esse aumento preocupa especialistas, especialmente devido à associação crescente entre HPV e sexo oral.
Estudo revela ligação entre parceiros sexuais e risco
Um estudo publicado no New England Journal of Medicine analisou a relação entre o HPV e a atividade sexual de 300 pessoas, homens e mulheres.
Os pesquisadores concluíram que pessoas que tiveram seis ou mais parceiros de sexo oral ao longo da vida têm 8,5 vezes mais chances de desenvolver câncer de garganta. Em comparação, o sexo vaginal com múltiplos parceiros aumenta esse risco em 2,5 vezes.
Como se prevenir contra o HPV e câncer de garganta?
A melhor forma de prevenir o câncer de garganta relacionado ao HPV é usar preservativo em todas as formas de sexo, incluindo o oral. Além disso, a vacinação contra o vírus é uma medida eficaz para reduzir o risco de infecção.
A vacina é recomendada para adolescentes e jovens adultos e oferece proteção contra os tipos de HPV que causam a maioria desses tipos de cânceres.
Sintomas do câncer de garganta
- Dor de garganta persistente: Uma dor de garganta que não melhora com tratamentos convencionais pode ser um sinal de alerta.
- Dificuldade para engolir: Essa dificuldade pode se manifestar tanto para alimentos sólidos quanto para líquidos.
- Rouquidão persistente: Uma mudança na voz que não desaparece pode indicar um problema mais sério.
- Engasgos frequentes: Sentir-se engasgando com frequência, mesmo com alimentos de consistência mais líquida, é um sinal a ser observado.
- Dor de ouvido: A dor de ouvido pode estar relacionada a um tumor na garganta que está pressionando os nervos.
- Massas ou caroços no pescoço: O aparecimento de nódulos no pescoço pode indicar a disseminação do câncer para os linfonodos.
- Perda de peso inexplicável: Uma perda de peso significativa sem motivo aparente pode ser um sinal de alerta.
- Mau hálito persistente: Um hálito ruim que não melhora com a higiene bucal pode indicar um problema mais sério.
- Lesões na boca ou garganta: Feridas ou manchas brancas ou vermelhas na boca ou garganta que não cicatrizam podem ser um sinal de câncer.
Se você apresentar algum desses sintomas, é fundamental procurar um médico otorrinolaringologista para uma avaliação completa.
Qual é o tratamento do câncer de boca causado pelo HPV? Veja no vídeo
Diagnóstico do câncer de garganta
O diagnóstico do câncer de garganta envolve:
- Exame físico: O médico examinará a boca, a garganta e o pescoço em busca de quaisquer anormalidades.
- Endoscopia: Um exame que permite visualizar o interior da boca e da garganta com um tubo fino com uma câmera.
- Biópsia: Um pequeno pedaço de tecido é removido para análise em laboratório.
Com informações de Oncoguia e Metrópoles.