O advogado Valdecir Júnior descartou qualquer hipótese de tentativa de fuga do ex-governador do Tocantins, Mauro Carlesse (Agir), preso na manhã deste domingo (5), no município de Peixe.

Carlesse era alvo de investigações de fraudes durante seu mandato. Para Valdecir, responsável pela defesa do ex-governador, a prisão foi prematura e a defesa deve apresentar provas que o inocentem.

“Em momento algum o ex-governador Mauro Carlesse teve o intuito de sair do país para fugir da justiça. Eu digo para vocês que a gente vai entrar com pedido de imediato à defesa para a revogação dessa preventiva”, declarou o advogado.

Além da prisão do ex-governador, foi expedido outro mandado contra o ex-secretário Claudinei Quaresemin, sobrinho de Carlesse, e outro investigado por envolvimento em esquemas de corrupção.

Em 2021, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) havia afastado o ex-governador, que, logo em seguida, renunciou ao cargo para não sofrer impeachment.

A prisão e as acusações

A prisão foi efetuada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Tocantins (MPTO). O objetivo era cumprir mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão expedidos pela 3ª Vara Criminal de Palmas.

Carlesse foi detido quando estava em sua fazenda, Joia Rara, no município de São Salvador, próximo a Peixe, no sul do Tocantins. A ordem judicial foi motivada por indícios de um possível plano de fuga para o exterior.

As acusações de fraude de licitação e corrupção foram investigadas pela Polícia Federal (PF) em 2018. Segundo as investigações, os crimes teriam sido realizados através da Secretaria de Infraestrutura, Cidades e Habitação do Estado do Tocantins, que atualmente foi extinta.

Durante a Operação Timóteo 6:9, a PF investigava um processo licitatório, que seria para contratar uma empresa especializada na prestação de serviços de locação de máquinas pesadas e caminhões. Além de fornecimento de combustível e manutenção preventiva e corretiva, para atender os escritórios da Agência Tocantinense de Transportes e Obras (AGETO).

Além das investigações, foram cumpridos 30 mandados de busca e apreensão, e outras medidas cautelares diversas.