Moradores e estudantes de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA) denunciavam as péssimas condições da ponte que ligava as cidades muito antes de sua queda, que aconteceu no último domingo (22). As denúncias eram feitas nas redes sociais e até em trabalhos de escola.

Nos últimos dias, as cobranças de moradores para a realização de um laudo técnico da ponte se tornaram frequentes.

Denúncia dos moradores e descaso público

As péssimas condições da ponte já eram notadas e denunciadas por moradores locais. As reclamações eram feitas pelas redes sociais, como o caso do professor Edilson Brustolon, e por meio de trabalhos acadêmicos, como o feito por Alexssandro Teles.

Edilson Brustolon chegou a alertar as autoridades locais um dia antes do desabamento. Através de um vídeo divulgado, o professor expressou preocupação com o estado da ponte.

Se esse local por ventura vier a cair, as autoridades não poderão dizer que nós não alertamos e até cobramos um posicionamento. Essa ponte nos preocupa e a falta de reparos também.

Edilson Brustolon

O vídeo completo do professor pode ser conferido abaixo.

Alexssandro Teles realizou seu trabalho de conclusão de curso (TCC) a respeito das más condições da ponte em 2020. O estudante mostrou por meio de fotografias diversos problemas na estrutura, como a falta de sinalização no local, asfalto deteriorado, ferros expostos por meio de grandes buracos, soleira de passeio quebrada, pontos de junção de tabuleiros com grandes desníveis, causando vibrações em quem passava, dentre outros problemas.

Nada foi feito. No último domingo a queda da ponte sobre o Rio Tocantins, que liga os estados do Tocantins e Maranhão, na BR-226, deixou 13 pessoas desaparecidas, 10 mortas e 1 sobrevivente, até o momento.

Pronunciamentos sobre o ocorrido

Após anos de descaso com a estrutura e com as denúncias de moradores antes da queda da ponte, os órgãos públicos se manifestaram sobre o ocorrido.

O Ministério do Transporte informou em nota que o ministro, Renan Filho, acompanhou os trabalhos de buscas e apuração dos motivos para queda da ponte.

O ministro dos Transportes, Renan Filho, o diretor geral do DNIT, Fabrício Galvão, e o governador do estado do Maranhão, Carlos Brandão, acompanham hoje (23), a partir das 11h, os trabalhos de buscas e apuração das circunstâncias que levaram ao desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira. A estrutura liga os estados do Tocantins ao Maranhão pelos municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). 

O ministro de Infraestrutura de Transporte e os governadores do Tocantins e Maranhão determinaram uma força-tarefa e mobilização imediata de equipes para prestar apoio e suporte a todas as vítimas que resultaram do desabamento.

O governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, durante entrevista ao programa O Povo na TV, evitou assumir sua responsabilidade pelo ocorrido. Ele afirmou que o momento “não é de apontar o dedo e encontrar culpados” e acrescentou que “não fizeram isso no período certo.”, mesmo com as inúmeras denúncias dos moradores, professores e estudantes.

Confira, a seguir, o trecho completo da fala do governador.

O Portal Norte trouxe, em outras matérias, mais informações sobre o ocorrido. Além disso, o portal acompanha mais informações sobre o resgate das vítimas e falas dos responsáveis pela queda da ponte.

Suspensão da busca dos desaparecidos

Segundo o Corpo de Bombeiros, dois dos quatro caminhões que estavam na ponte no momento do desabamento continham materiais altamente químicos. Um dos caminhões estaria carregado com ácido sulfúrico, material altamente corrosivo.

Devido a esse fator, os bombeiros mergulhadores suspenderam imediatamente as buscas por vítimas. Além do risco à saúde, o impacto ambiental do ácido sulfúrico é muito alto.

Mais informações podem ser encontradas em outra matéria do Portal Norte, que pode ser acessada por meio deste link.

O Portal Norte continua acompanhando os desdobramentos do caso.