O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) pretende demolir toda a estrutura restante da ponte JK, que caiu no último domingo (22), e reconstruir totalmente a estrutura. O motivo do desmoronamento também está sendo apurado pelo DNIT.
A queda da ponte JK deixou 13 pessoas desaparecidas, 4 mortas e 1 sobrevivente. Além disso, dois caminhões com materiais altamente tóxicos, como ácido sulfúrico e soda cáustica, caíram no Rio Tocantins durante a queda da ponte.
Descaso do DNIT com a estrutura
As péssimas condições da ponte já eram notadas e denunciadas por moradores locais. As reclamações eram feitas pelas redes sociais, como o caso do professor Edilson Brustolon, e por meio de trabalhos acadêmicos, como o feito por Alexssandro Teles.
Edilson Brustolon chegou a alertar as autoridades locais um dia antes do desabamento. Através de um vídeo divulgado, o professor expressou preocupação com o estado da ponte. O vídeo pode ser acessado nessa matéria do Portal Norte.
Alexssandro Teles realizou seu trabalho de conclusão de curso (TCC) a respeito das más condições da ponte em 2020. O estudante mostrou por meio de fotografias diversos problemas na estrutura, como a falta de sinalização no local, asfalto deteriorado, ferros expostos por meio de grandes buracos, soleira de passeio quebrada, pontos de junção de tabuleiros com grandes desníveis, causando vibrações em quem passava, dentre outros problemas.
Atitude do DNIT após a queda da ponte
Após a queda da ponte deixar, até o momento, quatro pessoas mortas, entre elas uma menina de 11 anos, o DNIT, em nota, informou que “técnicos da autarquia atuam emergencialmente desde o primeiro momento e já foram enviados ao local para fazer uma avaliação e apontar as possíveis causas do acidente.”
Ainda por nota, o DNIT informou que, por meio do Programa de Manutenção e Reabilitação de Estruturas (PROARTE), o órgão manteve um contrato de manutenção da ponte JK e de outras Obras de Arte Especiais do Tocantins, com o valor de R$ 3,5 milhões.
Segundo o DNIT, “foram realizados em todas as OAEs do contrato diversos serviços de reparos nas vigas, laje, passeios e pilares da estrutura.” Fotos e vídeos, como o do professor Edilson Brustolon, mostram claramente a estrutura descuidada e precária da ponte.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes informa que ainda existe um contrato vigente que prevê a execução de serviços com o objetivo de melhorar a trafegabilidade e dar mais segurança aos usuários da BR-226/TO. Esse contrato tem duração até julho de 2026.
O órgão informou que, em maio de 2024, lançou um edital, no valor de aproximadamente R$ 13 milhões, disponibilizado para a contratação de uma empresa especializada em estudos preliminares, projeto básico e executivo de engenharia, além da execução das obras de reabilitação da ponte que sofreu o colapso no último domingo. Nenhuma empresa foi contratada pelo edital.
Na nota, o DNIT prevê a demolição do restante da estrutura da ponte.
No momento, a autarquia decretou situação de emergência para facilitar os trâmites burocráticos para a atuação das equipes, incluindo a demolição da estrutura existente. O DNIT prevê realizar de forma imediata a contratação de uma nova estrutura.
O custo estimado para reconstrução da estrutura será entre R$ 100 a R$ 150 milhões. O prazo estimado para conclusão da obra é de 12 meses. Durante esse período, deverão ser utilizadas rotas alternativas de viagem. O Portal Norte fez uma matéria sobre as rotas alternativas, que pode ser acessadas por meio desse link.