Na última quinta-feira (09/01), um acidente aéreo em Ubatuba, São Paulo, comoveu o país. Uma aeronave executiva, que transportava uma família de Goiás, não conseguiu pousar corretamente, atravessou uma avenida e pegou fogo na beira da praia. O piloto Paulo Seghetto, de 28 anos de profissão, não sobreviveu. No entanto, chamou a atenção o ato heroico da mãe, de 41 anos, que enfrentou ferimentos e fumaça para salvar os filhos pequenos.
De acordo com testemunhas, a mãe demonstrou um instinto maternal incomparável. “Ela foi como uma leoa. Mesmo ferida, conseguiu tirar os dois filhos da aeronave e ainda tentou ajudar o marido”, relatou o agricultor Gilmar Destefano em entrevista ao G1.
Instinto de mãe e solidariedade
Moradores locais e profissionais correram para ajudar a empresária e sua família, que estavam a caminho de férias quando o acidente aconteceu. Pedro Romano, empresário de Ubatuba, ajudou a quebrar o vidro da aeronave e resgatou uma das crianças, que estava desacordada. “Foi um trabalho conjunto de pessoas desconhecidas para salvar essas vidas”, destacou.
Além da mãe, seu marido Bruno Almeida Souza e os dois filhos pequenos, de 4 e 6 anos, também foram socorridos e encaminhados ao hospital. Enquanto a mãe passou por uma cirurgia e segue internada em estado grave, os demais estão estáveis.
Investigações e aprendizados
Segundo o portal, o acidente levantou discussões sobre segurança aeroportuária. O aeroporto de Ubatuba opera sem torre de controle e possui uma pista de apenas 560 metros utilizáveis em um dos sentidos, fator agravado pelas condições climáticas no momento do pouso. Especialistas apontam que a pista molhada pode ter contribuído para a dificuldade de frenagem do jato.
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) analisa as causas do incidente, incluindo possíveis falhas técnicas e fatores externos, como a curta extensão da pista e a topografia da região.
Quem são os Fries?
A família Fries é conhecida no agronegócio brasileiro. Mireylle lidera o Grupo Fries, uma empresa familiar com mais de 50 anos de história na produção de soja em Goiás e Mato Grosso. Ademais, a propriedade também abriga um corredor ecológico com milhões de mudas nativas do cerrado.
Por fim, a viagem a Ubatuba tinha como objetivo proporcionar um momento de descanso antes do início da colheita. O piloto Paulo Seghetto, que trabalhava para a família há uma década, era reconhecido por sua competência e longa experiência.