O julgamento dos cinco policiais e de dois homens durante uma operação no bairro Preventório envolvidos na morte de Maria Cauane da Silva, de 11 anos, em Rio Branco, avançou nesta sexta-feira (6).
A sessão começou na quarta-feira (4) e tem se estendido devido ao grande número de testemunhas e réus.
Ao todo, o Ministério Público do Acre (MP-AC) convocou 18 testemunhas, enquanto a defesa apresentou 24, o que tem tornado os depoimentos demorados e prolongado o andamento do julgamento.
O caso está sendo analisado pela 1ª Vara do Tribunal do Júri.
Após a oitiva das testemunhas, os cinco policiais acusados passarão pelos interrogatórios. Na sequência, haverá os debates finais entre defesa e acusação.
A decisão dos jurados será tomada por meio da votação dos quesitos, seguida da leitura da sentença, prevista para ocorrer até a noite de sábado (7).
Operação no preventório e as mortes
O caso ocorreu em 14 de maio de 2018, durante uma operação policial que visava prender um dos líderes de uma organização criminosa no bairro Preventório, uma das regiões mais vulneráveis de Rio Branco.
A ação resultou na morte de três pessoas, incluindo Maria Cauane, além de dois moradores feridos.
Tese da Defesa e Contestação do MP
A defesa dos policiais tem argumentado que o inquérito policial e a perícia das armas foram conduzidos de forma precipitada e desorganizada, comprometendo a validade das provas. Segundo o advogado Wellington Silva, as falhas nas investigações são suficientes para questionar as acusações.
Inicialmente, a Justiça desclassificou as acusações para homicídio culposo, quando não há intenção de matar, e absolveu sumariamente alguns réus alegando legítima defesa.
No entanto, o MP recorreu da decisão, afirmando que existem provas suficientes para que os acusados respondam por homicídio qualificado e lesão corporal grave.