Brasiléia é, pelo terceiro ano consecutivo, considerada a cidade mais violenta do Acre, com uma taxa de 57,9 homicídios violentos por 100 mil habitantes.
A informação consta da 3ª edição do estudo Cartografias da Violência na Amazônia, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) em parceria com o Instituto Mãe Crioula (IMC).
O estudo, que abrange o triênio de 2021 a 2023, analisou dados de todos os estados da Amazônia Legal. No ano passado, a região registrou 8.603 mortes violentas, um número inferior aos 9.096 homicídios de 2021.
A taxa de mortes violentas na Amazônia Legal foi de 32,3 por 100 mil habitantes, enquanto a média nacional é de 22,8.
A Amazônia Legal
A Amazônia Legal, estabelecida por uma lei federal em 1953, abrange nove estados:
- Acre;
- Amapá;
- Amazonas;
- Mato Grosso;
- Pará;
- Rondônia;
- Roraima;
- Tocantins; e
- Parte do Maranhão.
O estudo inclui 772 municípios. O objetivo principal é promover o desenvolvimento socioeconômico da região. No Acre, a taxa de mortes violentas caiu 9,7% entre 2022 e 2023, com 25,8 homicídios por 100 mil habitantes em 2023, a menor entre os estados da Amazônia Legal nesse período.
Em contrapartida, o número de mortes violentas no estado passou de 194 em 2021 para 237 em 2022, e caiu para 214 em 2023.
Cidades do Acre entre as mais violentas
Apesar da redução, dez das 22 cidades do Acre estão entre as mais violentas. Confira as principais, com suas respectivas taxas por 100 mil habitantes:
- Brasiléia – 57,9
- Assis Brasil – 49,6
- Senador Guiomard – 40,4
- Epitaciolândia – 39,3
- Feijó – 33,9
- Rio Branco – 27,9
- Rodrigues Alves – 24,6
- Bujari – 23,4
- Sena Madureira – 22,6
- Capixaba – 22,5
O estudo aponta que essas cidades enfrentam conflitos entre facções criminosas ou estão sob o controle de grupos criminosos.
Brasiléia (cidade mais violenta do Acre), Assis Brasil e Epitaciolândia, por exemplo, são consideradas rotas estratégicas para crimes transnacionais na tríplice fronteira entre Brasil, Bolívia e Peru.
Além disso, a pesquisa indica que todos os municípios do Acre têm a presença de facções criminosas, sendo que em pelo menos 18 cidades, uma única facção é predominante.
Sobre o projeto
O “Cartografias da Violência na Região Amazônica” é um projeto do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, criado em março de 2006, com o objetivo de promover um ambiente de referência e cooperação técnica na área de segurança pública.
Por fim, o projeto busca integrar dados sobre criminalidade e segurança com discussões socioambientais, considerando a Amazônia como um dos principais ativos estratégicos do Brasil no cenário geopolítico global. Para a análise, foram analisados dados de ocorrências criminais nos estados da Amazônia Legal.