O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) apreendeu 10 toneladas de pirarucu sem licença para exportação durante uma operação conjunta com a Receita Federal em Assis Brasil, no Acre, na fronteira com o Peru.

A irregularidade foi a falta de autorização para o comércio internacional, necessária para a exportação de espécies listadas no Anexo II da Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (CITES).

O Ibama informou que notificou a empresa responsável e lhe deu a oportunidade de regularizar a documentação. No entanto, a empresa não apresentou nenhuma licença, o que resultou na apreensão do pescado e na aplicação de uma multa de R$ 5 milhões.

Ademais, em outubro deste ano, um grupo de pescadores capturaram um pirarucu “gigante” no Acre e compartilharam a surpresa nas redes sociais.

Alta demanda no mercado internacional

O mercado internacional, especialmente no Peru, procura muito o pirarucu, uma das espécies mais valiosas da Amazônia, devido à grande demanda por pescado brasileiro.

Operações anteriores do Ibama já identificaram rotas ilegais para esse comércio, com destino a restaurantes e mercados especializados, muitas vezes sem atender às normas sanitárias e ambientais.

A proximidade com a fronteira facilita o trânsito irregular de peixes da região, como o pirarucu, aumentando a necessidade de fiscalização rigorosa.

De acordo com um fiscal envolvido na operação, o consumo de pirarucu no Peru é significativo. Parte da carga é destinada a mercados de luxo e exportação para outros países.

Redistribuição e destinação do pirarucu apreendido no Acre

A carga apreendida foi escoltada de Assis Brasil para Rio Branco, onde será destinada a instituições públicas e filantrópicas por meio do programa Mesa Brasil, em parceria com o Ibama.

Contudo, devido a limitações de transporte no Acre, apenas quatro toneladas de pirarucu serão inicialmente redistribuídas. Além disso, o Ibama não apreendeu parte da carga, composta por tambaqui, que permanecerá com a empresa responsável.

Por fim, a operação exigiu uma logística complexa, considerando a quantidade de pescado envolvida. O Ibama assegurou que direcionará o pirarucu apreendido para beneficiar instituições que atendem pessoas em situação de vulnerabilidade.