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Morre Silene Farias, fundadora da Federação de Teatro do Acre, aos 73 anos

Silene Farias Acre-capa

Até o fim de sua vida, Silene continuou a atuar como ativista cultural no Acre - Foto: Arquivo pessoal.

A ativista cultural acreana Silene Farias morreu na quarta-feira (8), aos 73 anos, em Anápolis, Goiás, onde estava internada há 26 dias após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC).

A notícia foi confirmada pela Fundação Estadual de Cultura Elias Mansour (FEM), instituição que ela presidiu em algum momento, por meio de uma nota de pesar.

“Seu legado transcende o tempo e ecoará nas artes, nos movimentos culturais e na memória de todos que tiveram o privilégio de conhecê-la e de serem impactados por seu trabalho”, destacou parte da nota.

Quais as contribuições de Silene Farias para a cultura do Acre?

Silene Farias nasceu em 1951, em Tarauacá, no interior do Acre. Desde a juventude, esteve envolvida com o movimento cultural local, começando sua trajetória no ambiente familiar.

Ela foi irmã do artista plástico Bab Franca e dos músicos Cícero e César Farias, e, em 2005, fundou o grupo folclórico Jabuti Bumbá, dedicado a contar histórias tradicionais da Amazônia.

Silene Farias foi uma importante ativista do Acre – Foto: Arquivo pessoal.

Além disso, em 1978, Silene foi uma das fundadoras da Fundação de Teatro do Acre (Fetac). Em 1981, teve suas primeiras poesias publicadas na “Coletânea de Poesias Acreanas”, uma obra que denunciava as condições sociais dos trabalhadores rurais e seringueiros.

Em 1986, publicou o poema “O Bahia Tá Encantado” na Antologia dos Poetas Acreanos, da Fundação Cultural e Casa do Poeta Acreano.

Bloco Maria Chita

Silene também teve uma forte presença na gestão cultural do Acre. Além de presidir a FEM, foi à frente da Fundação Garibaldi Brasil (FGB), onde coordenou as políticas culturais de Rio Branco.

Em 2007, junto com sua amiga Detinha Thomaz, idealizou o bloco de carnaval Maria Chita. Inicialmente composto por apenas 15 pessoas, o bloco reuniu mais de três mil ao longo dos anos.

Silene Farias foi uma importante ativista do Acre – Foto: Arquivo pessoal.

“Minha admiração por Silene Farias aumentou quando nos reunimos na minha casa para a criação da boneca Maria Chita. Foram muitos os ensinamentos sobre criatividade e amor pela arte. Silene foi uma mulher que nunca deixou a peteca cair, sempre otimista e sorridente. Uma perda irreparável para a família e para todos nós, amantes da cultura popular”, disse Detinha.

Até o fim de sua vida, Silene continuou a atuar como ativista cultural no Acre. Ela deixou um legado significativo na arte e na memória coletiva do estado.

Confira a nota da FEM

É com profundo pesar que recebemos a notícia do falecimento da ativista cultural acreana Silene Farias, aos 73 anos, em Anápolis (GO), decorrente de AVC contra o qual lutou durante 26 dias.

Silene é uma personalidade de grande relevância para a cultura acreana e brasileira. Ela dedicou sua vida à valorização e ao fortalecimento das manifestações artísticas e culturais no Acre.

Foi fundadora da Federação de Teatro do Acre e do grupo folclórico Jabuti Bumbá, duas iniciativas que marcaram a história cultural do Estado e que continuam a inspirar gerações.

Além disso, sua atuação como presidente da Fundação de Cultura Elias Mansour e da Fundação Garibaldi Brasil destacou-se pelo compromisso em preservar e promover a rica diversidade cultural da nossa região.

Seu legado transcende o tempo e ecoará nas artes, nos movimentos culturais e na memória de todos que tiveram o privilégio de conhecê-la e de serem impactados por seu trabalho.

Neste momento de dor, expressamos nossa solidariedade aos familiares, amigos e a todos que compartilham do sentimento de perda.

Que sua história continue a nos guiar e a iluminar o caminho de quem luta por uma cultura mais vibrante e inclusiva.

Silene Farias, presente!

Fundação de Cultura Elias Mansour

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